De maneira inédita, a convite da SP—Arte, produzimos a nossa listagem dos melhores artistas e obras do evento. Participaram conosco curadores, críticos, artistas, galeristas e o público; todos imprimiram suas observações e olhares nesta lista. Os critérios avaliados pela nossa curadoria incluíram: inovação, criatividade, suporte, contexto e gosto pessoal.
- Inovação: A obra em si apresenta algum caráter inovador? Isso já foi visto antes? Se sim, em que sentido isso se aplica?
- Técnica: Muitas técnicas milenares como a pintura a óleo e escultura em cerâmica, apresentam em si formas de criação e procedimentos que vêm sendo passados ao longo dos tempos. Assim torna-se importante notar se essa execução cumpre o caminhar dessas técnicas ao longo da história.
- Suporte: Muitas vezes a criação de uma obra contemporânea perpassa por como ela vem sendo trabalhada através do seu suporte. Tornando essa categoria importantíssima para o desempate entre as obras.
- Contexto: Na produção contemporânea é inevitável que levemos em consideração quem é o responsável pela produção de uma obra de arte: De onde vem? Qual a realidade sociocultural deste artista? Como chegou até ali? Muitas vezes percebemos que as obras estão conectadas de forma intensa com a história e vida de quem as produziu.
- Gosto pessoal: Mesmo sendo um critério subjetivo, a categoria “gosto pessoal” está pautada na empatia de quem critica uma obra em relação à sua própria vida. As obras que nos atingem e instigam estão diretamente relacionadas com as situações, aprendizados e vivências que moldam a nossa sensibilidade e olhar.
Os temas apresentados pelas galerias e artistas presentes na 19a edição da SP–Arte foram vastos e incluíram territórios, períodos, mídias, objetos e linguagens distintas, mas sem evitar por completo artistas e obras já datadas ou apresentadas em outras feiras de arte.
A presença de mais de 160 galeristas expositores advindos das Américas e Europa, dimensiona o trabalho da curadoria da feira e seu empenho em promover a expansão do mercado de arte no Brasil. Apesar disso, diante dos processos de cada artista e da multiplicidade de suas técnicas, devemos destacar as fragmentações de algumas mostras —uma incompletude já esperada em formatos de grandes feiras de arte e exposições coletivas. Razão pela qual retiramos de nosso critério avaliativo a categoria Expografia.
Para nós, uma obra de arte deve transpassar o seu próprio caráter objetual, criando experiências que lhe ressaltam além da matéria com a qual é realizada, os processos e as ideias que a estruturam. Caráter este que vai além do pensamento por trás de cada obra ou mesmo das próprias filosofias de seus artistas. Dando-lhes nova configuração e estabelecendo paralelos com outros criadores da contemporaneidade: Como se observam, como atuam no meio em que produzem e vivem; e os movimentos cotidianos que delimitam e expandem seus trabalhos em diferentes linguagens. Pensando nisso, a Philos enfatizou o trabalho de artistas que ainda estão em seu período de produção, independentemente da idade.
Antes de tudo gostaríamos de agradecer a todos que nos cederam suas observações para construção desta lista. Sem mais delongas, eis aqui as 25 melhores obras e artistas da SP—Arte 2023:
- Portas Vilaseca Galeria com Mirela Cabral e sua obra “Pré” (2023)
Obra aclamada por todos os jurados. O abstrato está voltando ao topo! - Galeria Luisa Strina com Panmela Castro e sua “Relembrança” (2023)
Extremamente elogiada, a inovação da artista superou todas as expectativas. - Janaina Torres Galeria com Andrey Guaianá Zignnatto e sua série “Manta” (2022)
É possível ver de longe o requinte de peças bem criadas pelo artista. - Maât Gallery com Pauline Guerrier e seu trabalho “Winter’s” da série “la réconciliation” (2022)
Obra surpreendente com uma técnica que já não era vista há algum tempo. - Celma Albuquerque Galeria de Arte, com Chris Tigra e sua instalação “Recostura” (2023)
Uma envolvente criação, que abraça e emociona o olhar. - A Gentil Carioca com Maxwell Alexandre e sua obra “Sem Título” (2023)
A irreverência e crítica andam juntas em um mesmo artista. Contemporaneidade de luxo! - Galería El Museo com Juan Francisco Casas e sua coleção “Non piangere” (2023)
O erótico elevado à outras possibilidades. - Night Gallery e Fortes D’Aloia & Gabriel com Márcia Falcão e a obra “Posição 10”, da série “Ioga Psicológica” (2022)
A artista vem se mostrando exímia em sua transição para o abstracionismo. - Aura Galeria com Luiza Gottschalk e a obra “Guardiãs do Portal” (2022)
Uma linda conexão entre cores e possibilidades pictóricas. - C. Galeria com Ruan D’Ornellas e seus trabalhos da série “Festa no Céu” (2022)
O artista mostra que a pintura figurativa surrealista ainda é uma grande tendência. - Central Galeria com Lourival Cuquinha e sua obra “Amor, ordem e progresso – projeto de arte financeira” (2013)
- ASFALTO com Vitor Fidelis e sua obra “Sebastina” (2023)
- Lima Galeria com Tassila Custudes e sua série de pinturas inéditas, em especial “Yemanjá – a montanha” (2022)
- Portas Vilaseca Galeria com Ismael Monticelli e sua obra “Luz” (2023)
- BG27 com João Betti e sua “cocar, lápis, monocromático branco/preto” (2022)
- Aura Galeria com o artista Emiliano Freitas e sua “Ciranda em Platiplanto” (2023)
- Lima Galeria com Silvana Mendes com suas colagens “Afetocolagens, Série II” (2023)
- Choque cultural com Flávia Itiberê com a obra “Feito à mão” (2023)
- Amparo 60 com Fefa Lins e a obra “Sobre a ferida aberta mais corte” (2023)
- Simões de Assis Galeria de Arte com Juan Parada e a obra “Tectônico V2” (2023)
- Millan com Rodrigo Andrade e sua “Interior escuro” da série “Matéria noturna” (2010)
- Steinart Contemporânea com Paula Rivas (Rivas & Wloch) e sua “Singularidade Geométrica Azul” (2023)
- Quadra Galeria com Gilson Plano e sua “Malhado Rosa” (2023)
- Galeria Leonardo Leal com Binário Armada e sua “Encantado da Fuloresta no pote”, (2023)
- Fortes D’Aloia & Gabriel com Efrain Almeida e sua “Uma pausa em pleno vôo” (2022)
Fonte: Revista Philos
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