Artista cearense Francisco de Almeida participa de exposição no Rio de janeiro

Nasceu em Crateús (Ceará), no dia 07 de agosto de 1962.  O gravador cearense Francisco de Almeida pode ser chamado de mago. Ele faz alquimias com a arte, está sempre experimentando técnicas e inventando novas ferramentas de trabalho. As alegorias e o gosto pelos grandes formatos são duas características de Francisco de Almeida, artista de destaque, com prêmios de vários salões. Além disso, suas obras estão em acervos importantes do País, como o da Pinacoteca, em São Paulo, e o próprio Centro Dragão do Mar.

O Centro Cultural BanCo do Brasil – Rio de Janeiro – antecipa
as Comemorações do
Centenário da semana de 1922

Com mostra inédita

Com curadoria de Tereza de Arruda, a exposição ‘Brasilidade Pós-Modernismo’ lança luz às conquistas e marcos que Semana de 22 trouxe às artes visuais brasileira, e reúne obras inéditas e trabalhos emblemáticos de 51 artistas brasileiros, entre eles nosso artista Francisco de Almeida.

“Esta exposição não é idealizada com o olhar histórico, mas sim focada na atualidade com obras produzidas a partir de meados da década de 1960 até o dia de hoje, sendo algumas inéditas,
ou seja, já com um distanciamento histórico dos primórdios

da modernidade brasileira”, explica Tereza de Arruda.
“Não é uma mostra elaborada como um ponto final, mas sim como um ponto de partida, assim como foi a Semana de Arte Moderna de 1922 para uma discussão inovadora a atender a demanda de nosso tempo conscientes do percurso futuro guiados por protagonistas criadores”, completa a curadora.

Organizada em seis núCleos temátiCos:

Liberdade; Futuro; identidade; natureza; estética; Poesia

A mostra apresenta pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e novas mídias. Segundo Tereza de Arruda, por meio deste conjunto plural de obras, “a Brasilidade se mostra diversificada e miscigenada, regional
e cosmopolita, popular e erudita, folclórica e urbana”.

Para aproximar ainda mais o público da Semana de 22, serão desenvolvidas, ao longo do período expositivo, uma série de atividades gratuitas no Espaço de Convivência do Programa CCBB Educativo – Arte e Educação conduzidas por educadores do centro de arte e tecnologia JA.CA. Também haverá um webappl com um conjunto compreensivo de conteúdos da mostra, garantindo a acessibilidade de todos.

LiBerdAde

Abrindo a exposição, o núcleo Liberdade reflete sobre as inquietações e questionamentos remanescentes do colonialismo brasileiro do período de 1530 a 1822, além de suas consequências e legado histórico. São fatores decisivos para a formação das características do contexto sociopolítico-cultural nacional, que se tornaram temas recorrentes em grande parcela da produção cultural brasileira.

Em 1922, os modernistas buscavam a ruptura dos padrões eurocentristas na cultura brasileira e hoje, os contemporâneos que integram esse núcleo – Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, José Rufino, Rosana Paulino, Farnese de Andrade, Tunga,
Ge Viana José De Quadros – buscam a revisão da história como ponto de partida de um diálogo horizontal, enfatizando a diversidade, a visibilidade e inclusão.

FuTuro

O grupo da vanguarda modernista brasileiro buscava o novo, o inovador, desconhecido, de ordem construtiva e não destrutiva. E um exemplo de futuro construtor é Brasília,
a capital concebida com uma ideia utópica e considerada um dos maiores êxitos do Modernismo do Brasil. „Sua concepção, idealização e realização são uma das provas maiores da concretização de uma ideia futurista“, comenta Tereza de Arruda.

Com foco em Brasília como exemplo de utopia futurista, este núcleo reúne esboços e desenhos dos arquitetos Lina Bo Bardi, Lúcio Costa Oscar Niemeyer, obra da artista Márcia Xavier, e registros captados pelo fotógrafo Joaquim Paiva e o cineasta
Jorge Bodanzky.

idenTidAde

A busca por um perfil, uma identidade permeia a história da nação brasileira.
E é partir desta busca que se forma o conjunto exibido no núcleo Identidade.
As obras de Alex Flemming, Berna Reale, Camila Soato, Daniel Lie, Fábio Baroli, Flávio Cerqueira, Glauco Rodrigues Maxwell Alexandre apresentam uma brasilidade com diversas facetas da população brasileira.

“Falamos aqui do ‘Brasil profundo’, enfatizado já em obras literárias emblemáticas e pré-modernistas como o livro Os sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902. Já neste período, o Brasil estava dividido em duas partes
que prevalecem até hoje: o eixo Rio-São Paulo, das elites consequência de uma economia promissora proveniente do desenvolvimento financeiro e intelectual,

e consequentemente berço da Semana de Arte Moderna realizada 20 anos após esta publicação, e o sertão, desconhecido, acometido pela precariedade e desprezo de seu potencial”, reflete Tereza de Arruda.

NATUREZA

O território brasileiro é demarcado por sua vastidão, pluraridade de biomas e importância de caráter global. Neste núcleo, as obras dos artistas Armarinhos Teixeira, Caetano Dias, Gisele Camargo, Luzia Simons, Marlene Almeida, Paulo Nazareth, Rosilene Luduvico Rodrigo Braga norteiam questões de enaltação, sustentabilidade e alerta quanto à natureza e o relacionamento do ser humano como corpo imerso no legado da “terra brasilis”.

Estética

Reunindo trabalhos de Barrão, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Daiara Tukano, Delson Uchôa, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Francisco de Almeida, Jaider Esbell, Judith Lauand, Luiz Hermano, Mira Schendel Nelson Leirner, este núcleo surge
a partir da reflexão sobre movimentos como o antropofágico, ação fundamental para
o entendimento da essência da Brasilidade e um marco na história da arte do Brasil. Foi através dele que a identidade cultural nacional brasileira foi revista e passou
a ser reconhecida.

E, segundo explica a curadora, isso se deu em 1928 com a publicação do Manifesto Antropófago publicado por Oswald de Andrade na Revista de Antropogafia de São Paulo. No texto, o poeta fazia uma associação direta à palavra “antropofagia”, em referência aos rituais de canibalismo nos quais se pregava a crença de que após engolir a carne de uma pessoa seriam concedidos ao canibal todo o poder, conhecimentos e habilidades da pessoa devorada. “A ideia de Oswald de Andrade foi a de se alimentar de técnicas e influências de outros países – neste caso, principalmente a Europa colonizadora – e, a partir daí, fomentar o desenvolvimento de uma nova estética artística brasileira. Na atualidade, como aqui vemos, não está à sombra de uma herança e manifestações europeias, mas sim autônoma e autêntica miscigenada
com elementos que compõem a Brasilidade dominada por cores, ritmos, formas
e assimilação do díspar universo de linguagens e meios que a norteiam”,

comenta Tereza de Arruda.

Poesia

A Semana de Arte Moderna e o movimento modernista em si pleitearam a independência linguística do português do Brasil do de Portugal. Os modernistas acreditavam que o português brasileiro haveria de ser cultuado e propagado como idioma nacional.

Neste núcleo, são exibidas obras de poesia concreta, poesia visual e apoderamento da arte escrita – a escrita como arte independente, a escrita como elemento visual autônomo, a escrita como abstração sonora – dos artistas André Azevedo, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Floriano Romano, Júlio Plaza, Lenora de Barros, Rejane Cantoni Shirley Paes Leme.

LISTA COMPLETA DE ARTISTASAdriAnA VArejão Alex Flemming André AzeVedo AnnA bellA geiger ArmArinhosTeixeirA ArnAldoAnTunes AugusTodecAmpos bArrão bernAreAle beATrizmilhAzes cAmilAsoATo cAeTAnodiAs cildomeireles dAiArATukAno dAniellie delsonuchoA ernesToneTo emmAnuelnAssAr Fábio bAroli FArnese de AndrAde FláVio cerqueirA FloriAno romAnoFrAnciscodelAlmeidA gêViAnA glAucorodrigues giselecAmArgo jAideresbell joAquimpAiVA jorgebodAnsky josédequAdros joséruFino judiThlAuAnd julioplAzA leonorAdebArros linAbobArdi luizhermAno luziAsimons luciocosTA mArlenedeAlmeidA mAxwellAlexAndre márciAxAVier mirAschendel nelsonleirner oscArniemeyerpAulonAzAreTh rejAnecAnToni rodrigobrAgA rosAnApAulino rosileneludoVico shirleypAesleme TungA
SoBre A CurAdorATEREzA dE ARRudA é mestre em História da Arte, formada pela universidade
Livre de Berlim. Vive desde 1989 entre São Paulo e Berlim. Em 2021 bolsista da Fundação Anna Polke em Colônia para pesquisa da obra de Sigmar Polke. Como curadora, colabora internacionalmente com diversas instituições e museus na realização de mostras coletivas ou monográficas, entre outras, em 2021, Art Sense Over Walls Away, Fundação Reinbeckhallen Berlin; Sergei Tchoban Futuristic Utopia or Reality, Kunsthalle Rostock; em 2019/2021, Chiharu Shiota linhas da vida, CCBB RJ-dF-SP; Chiharu Shiota linhas internas, Japan House; em 2018/2019, 50 anos de realismo – do fotorrealismo à realidade virtual, CCBB RJ-dF-SP; em 2018, Ilya e Emilia Kabakov Two Times, Kunsthalle Rostock; em 2017, Chiharu Shiota Under The Skin, Kunsthalle Rostock; Sigmar Polke Die Editionen, me collectors Room Berlin; Contraponto Acervo Sergio Carvalho, Museu da República dF; em 2015, InterAktion-Brasilien, Castelo Sacrow/Potsdam; Bill Viola na Bienal de Curitiba; Chiharu Shiota em busca do destino, SESC Pinheiros; em 2014, A arte que permanece, Acervo Chagas Freitas, Museu dos Correios dF-RJ; China Arte Brasil, OCA; em 2011, Sigmar Polke realismo capitalista e outras histórias ilustradas, MASP; India lado a lado, CCBB RJ-dF-SP e SESC; em 2010, Se não neste tempo, pintura contemporânea alemã 1989-2010, MASP. desde 2016 é curadora associada da Kunsthalle Rostock. Curadora convidada e conselheira da Bienal de Havana desde 1997 e cocuradorada Bienal Internacional de Curitiba desde 2009.      

ViSiTAÇÃo

O CCBB-Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados. A entrada do público é permitida apenas com agendamento online (eventim.com.br), o que possibilita manter um controle rígido da quantidade de pessoas no prédio. Ainda conta com fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.

SerViÇo

Mostra coletiva ‘Brasilidade Pós-Modernismo’ Curadoria: Tereza de Arruda

Período expositivo: 1 de setembro a 22 de novembro

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Rio de Janeiro

Endereço: R. Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

Funcionamento: quarta a segunda (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados.

*É necessário realizar agendamento prévio no site eventim.com.br Site: bb.com.br/cultura
Redes Sociais: Facebbok: facebook.com/ccbb.rj | Instagram:@ccbbrj Entrada gratuita, mediante a retirada de ingressos na bilheteria Classificação: Livre

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