As micro e pequenas empresas brasileiras geram 27% do PIB do país, porém a representatividade dos pequenos negócios nas exportações é inferior a 2%. Os desafios que as empresas de pequeno porte enfrentam frente ao mercado global foram a tônica dos debates do Ceará Global, realizado nesta quinta-feira (22/8), no Centro de Negócios do Sebrae. O evento, neste ano, focou no papel que os pequenos negócios e seus empreendedores têm para alavancar o processo de internacionalização da economia do Ceará.
O evento foi aberto pelo superintendente do Sebrae Ceará, Joaquim Cartaxo, e pelo presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro da Adece, Marcos Pompeu. Em seguida, a programação teve início com uma exposição sobre “Cooperar para Internacionalizar”, com a participação do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Beto Studart, do diretor técnico do Sebrae/CE, Alci Porto, e do vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Luiz Gastão Bittencourt.
Beto Studat discorreu sobre o mercado global, destacando a importância da Zona de Processamento de Exportações do Ceará (ZPE) como maior instrumento de desenvolvimento do Estado, porém alertou que para além da participação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), instalada na ZPE, as exportações cearenses não registraram avanços significativos, o que demonstra, em sua avaliação, que as empresas cearenses continuam voltadas ao mercado doméstico.
O presidente da FIEC ressaltou a importância das importações e disse que é preciso coragem para se arriscar em outros mercados em busca de matéria-prima para beneficiá-las aqui. “Precisamos ter essa ousadia, deixar para trás o complexo de inferioridade. Somos capazes, vamos mudar esse perfil. O Ceará está preparado. Nós empresários precisamos nos preparar melhor”, concluiu.
Após o painel, FIEC, Fecomércio/CE e Sebrae/CE assinaram acordo para a formação de um Fórum Permanente das Câmaras de Comércio Estrangeiras no Ceará cujo principal objetivo será discutir formas de cooperação entre as câmaras de comércio e mecanismos de apoio ao processo de internacionalização da economia do estado do Ceará. O fórum também realizará, anualmente, um encontro presencial para debater com o poder público, setor produtivo e sociedade civil medidas que impactem positivamente o processo de internacionalização da economia do Ceará.
Além de fomentar o debate em torno do empreendedorismo e ambiente para a atração de investimento estrangeiro, o Ceará Global contou com uma extensa programação para que micro e pequenas empresas identifiquem o seu momento na trilha de internacionalização e encontrem oportunidades para expandir as suas exportações
O Ceará Global é uma articulação da Câmara Setorial de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro da Adece, com o apoio do Sebrae/CE, FIEC, Fecomércio-CE, Câmara Brasil Portugal, Universidade de Fortaleza (Unifor) e outras entidades setoriais. É considerada a principal ação anual de networking do setor reunindo empreendedores, investidores, entidades de classe e poder público ligados ao comércio exterior e ao investimento estrangeiro direto no Ceará.
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O Ceará Global surgiu em 2017 durante a missão liderada pelo Governo do Ceará e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) a Rotterdam e que contou com a participação da Câmara Setorial de Comércio Exterior da Adece (CS COMEX & IE da Adece).
A ideia foi instituir um canal de promoção no LinkedIn (em inglês) voltado para o público externo interessado em conhecer o Ceará e que já conta com mais de 8 mil seguidores. Além disso, o objetivo é também promover um evento anual permanente para mostrar a presença estrangeira no Ceará e a ligação que o Estado tem com vários mercados no exterior, promovendo uma cultura de internacionalização na economia cearense.