O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Beto Studart; e o presidente eleito, Ricardo Cavalcante, participam hoje (16) e amanhã (17/9), no Centro de Convenções de Natal, do 37º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EBBA). O evento é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias Alemãs (BDI), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern).
O presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão, abriu o encontro e reafirmou o compromisso do governo Bolsonaro com a preservação da Amazônia. “A Amazônia é brasileira e é responsabilidade dos brasileiros protegê-la”, afirmou o general. “As empresas e a sociedade precisam estar em constante interação e coordenação para navegar com mais segurança pelos mares revoltos desse século XXI. A globalização ampliou o nosso acesso a bens, serviços e informação, mas também agravou a volatilidade, acirrou a competição e ampliou as vulnerabilidades”, afirmou o presidente da República em exercício.
Já o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou que “Brasil e Alemanha experimentaram, no passado, grandes ciclos de crescimento econômico. Acredito ser este o momento ideal para retomarmos nossa colaboração e ampliarmos o comércio e os investimentos bilaterais, restaurando a confiança, o crescimento e a prosperidade”. A Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, dos Estados Unidos e da Argentina. A participação da potência europeia na corrente de comércio do Brasil em 2018 foi de 3,75%. Mais de 54% dos produtos brasileiros exportados para a Alemanha são industrializados, incluindo máquinas mecânicas, automóveis, máquinas elétricas e produtos farmacêuticos. Em relação às importações, 99% das mercadorias que o Brasil compra do país europeu são bens industriais.
Pesquisa da CNI com empresários brasileiros que investem e exportam para a Alemanha mostrou os principais temas que precisam avançar na agenda dos dois países. O levantamento foi entregue ao governo brasileiro para subsidiar a reunião da Comissão Mista de Cooperação Econômica Brasil-Alemanha, que ocorrerá no dia 17 de setembro. “Na consulta ficou clara a necessidade de se internalizar rapidamente o acordo comercial Mercosul-União Europeia, que ampliará as oportunidades de acesso a mercados para os dois países, além de melhorar o ambiente de negócios para promover o comércio de bens e serviços e os investimentos bilaterais. O setor produtivo do Brasil entende que o apoio da Alemanha foi essencial para a conclusão do acordo, anunciada em 28 de julho, e avalia que esse mesmo apoio será importante para a aprovação do tratado pelo Parlamento Europeu, o que deve ocorrer ao longo dos próximos dois anos”, diz a CNI.
Segundo a confederação, as empresas brasileiras também defendem o início das negociações de um acordo para evitar a dupla tributação (ADT) e de reconhecimento mútuo entre os programas brasileiro e europeu de Operador Econômico Autorizado (OEA). O programa concede tratamento diferenciado para operações de comércio exterior que envolvem movimentação internacional de mercadorias. Entre os benefícios oferecidos às empresas certificadas pelos programas estão a simplificação, facilidade e agilidade de procedimentos aduaneiros no país e no exterior.