MCB promove o lançamento do livro “Virgínia Artigas – histórias de arte e política”

A publicação, de Rosa Artigas pela Editora Terceiro Nome, reúne desenhos, gravuras e ilustrações de sua mãe, Virgínia – o lançamento acontece dia 22 de junho, sábado das 14h às 18h – entrada gratuita

Capa da publicação – Divulgação
As histórias de Virgínia Artigas (1915-1990), reunidas e contadas por Rosa, sua filha, iluminam a vida dessa grande mulher, além de criarem um mosaico de fatos que dão significados muitas vezes inesperados ao cotidiano do século 20, no livro ‘Virgínia Artigas – histórias de arte e política’ que será lançado no Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerido pela Sociedade Civil por meio da A Casa Museu de Artes e Artefatos Brasileiros, no dia 22 de junho, sábado, a partir das 14h, com entrada gratuita.

Na publicação, da Editora Terceiro Nome, Virgínia Artigas, com papel e tinta, e Rosa Artigas, com as palavras, tecem uma história que, mais do que centrada na militância política e na atuação profissional de Virgínia como artista plástica, passa pela importância de sua presença na formação de jovens envolvidos com o movimento operário e a resistência durante a ditadura civil-militar brasileira.

Com o arquiteto João Batista Vilanova Artigas, Virgínia viveu num momento doloroso da história brasileira. Depois de superar sua infância pobre e sua educação formal conturbada, lutou ao lado do marido e de companheiros contra a opressão e a brutalidade dessa época dramática. Sempre atenta aos acontecimentos, ela fez do desenho e da gravura as suas linguagens preferidas.

Um dos cenários principais das histórias são as duas casas projetadas por Artigas para ele e sua família. Tanto a primeira casa, de 1943 – a “casinha”, como a chamavam – como a segunda casa, construída no mesmo terreno, em 1949, pertencem ao patrimônio da cultura arquitetônica modernista de São Paulo e são tombadas pelo CONDEPHAAT e pelo CONPRESP. Neste sentido, o livro também aborda a história e origem das casas, sua relação com o bairro do Campo Belo e com a cidade de São Paulo. Desvenda um cotidiano de 50 anos de vida nesses espaços tão especiais e interessantes para historiadores, arquitetos e designers. Ilumina a intimidade no interior das casas e o projeto bastante peculiar de modernidade vivido por seus moradores e frequentadores, ilustres personagens deste livro.

Sobre Virgínia Camargo Artigas 
Virgínia Camargo Artigas nasceu em São Carlos (SP, Brasil), em 27 de novembro de 1915, e faleceu em São Paulo, em 19 de setembro de 1990. Desde criança demonstrou interesse pelo desenho e pelas artes e, por meio deles, traçou seu caminho. Na juventude, entrou em contato com os artistas modernistas que, na década de 1940, se reuniam no palacete Santa Helena, em São Paulo. Foi entre eles que conheceu seu companheiro, o arquiteto João Vilanova Artigas, com quem também compartilhou a militância nos movimentos de resistência à ditadura Vargas e à ditadura civil-militar brasileira.

Sua produção artística desenvolveu-se estreitamente ligada à atuação como ilustradora nos movimentos populares. Virgínia desenhou para diversos jornais e revistas. Ilustrou folhetins literários encartados naquelas publicações e também colaborou com desenhos e cartazes para o movimento feminino. No começo dos anos 1960, produziu séries de xilogravuras e esculturas em terracota e dedicou-se à pintura. Participou de exposições, mas nunca circulou, de fato, no mercado de arte. Durante o regime militar, no pós-1964, sua família foi diretamente atingida pela repressão, dada a atuação de Vilanova Artigas nos meios intelectuais e o processo político movido contra ele na Universidade de São Paulo, que resultaram em sua prisão e exílio. Virgínia foi sua companheira em todo o processo, como também amiga e conselheira de muitos jovens que atuavam na resistência ao regime e que ainda hoje evocam a sua importância para a formação artística, política e intelectual que vivenciaram.

Sobre Rosa Artigas 
Rosa Artigas é historiadora porque não quis ser artista nem arquiteta: a excelência da concorrência era muito grande, a começar por seus pais Virgínia e João Vilanova Artigas. Mas não havia muito como escapar da influência do meio familiar, e Rosa começou a escrever sobre cidades, bairros, arquitetura e às vezes até sobre arte. Entre suas obras estão a organização de livros de alguns dos mais renomados arquitetos brasileiros, como Paulo Mendes da Rocha, João Toscano e Carlos Bratke, além de quatro livros sobre seu pai, que, ao morrer, deixou como herança um acervo com mais de quinhentos projetos e outros tantos documentos. O mais recente desses livros foi publicado em 2015, nas comemorações do Centenário Artigas. Rosa também trabalhou como produtora cultural promovendo cursos, oficinas, debates sobre arte e cultura em centros culturais e como professora de história da arquitetura em escolas de São Paulo.

Depois de organizar a obra do pai, Rosa debruçou-se sobre o acervo artístico de Virgínia, sua mãe, e encontrou centenas de desenhos, estudos, pinturas e esculturas que ela sequer sabia que existiam, além de cartas, cadernos de anotações e fotografias. Em especial, Rosa reuniu e deu forma às histórias contadas pela família, em grande parte pelas irmãs de Virgínia, que foram, sem se dar conta, contadoras de histórias maravilhosas. São esses os relatos que ela narra neste livro, que nasceu do seu desejo de cumprir um destino que escolheu: lembrar dos que se foram, reunindo histórias deles e com elas registrar um momento efervescente e dramático da época em que viveram.

Sobre MCB 
O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, dedica-se à preservação e difusão da cultura material da casa brasileira, sendo o único museu do país especializado em arquitetura e design. A programação do MCB contempla exposições temporárias e de longa duração, com uma agenda que possui também atividades do serviço educativo, debates, palestras e publicações contextualizando a vocação do museu para a formação de um pensamento crítico em temas como arquitetura, urbanismo, habitação, economia criativa, mobilidade urbana e sustentabilidade. Dentre suas inúmeras iniciativas, destacam-se o Prêmio Design MCB, principal premiação do segmento no país, realizado desde 1986; e o projeto Casas do Brasil, de resgate e preservação da memória sobre a rica diversidade do morar no país.


SERVIÇO:
Lançamento do livro ‘Virgínia Artigas – histórias de arte e política’
Dia 22 de junho
Sábado, das 14h às 18h
Entrada gratuita

VISITAÇÃO
De terça a domingo, das 10h00 às 18h00
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) | Crianças até 10 anos e maiores de 60 anos são isentos | Pessoas com deficiência e seu acompanhante pagam meia-entrada
Gratuito aos finais de semana e feriados
Acessibilidade no local
Bicicletário com 40 vagas | Estacionamento pago no local

Visitas orientadas: (11) 3026-3913 | agendamento@mcb.org.br | www.mcb.org.br

Museu da Casa Brasileira
Av, Brig. Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano – SP
Próximo à estação Faria Lima do Metrô
Tel.: (11) 3032-3727

Postagens Relacionadas