BBB24: a escritora e psicóloga Sylvia Loeb, ativista contra o etarismo, analisa as falas do pagodeiro Rodriguinho

Comentários do participante sobre a aparência da modelo Yasmin Brunet gerou intensa discussão nas redes sociais. “Homens machistas se sentem no direito de estabelecer padrões e julgarem o corpo e a aparência feminina, objetificando as mulheres, mas isso, obviamente é inaceitável”, explica Sylvia Loeb

No fim de semana, dentro da casa do BB24, o pagodeiro Rodriguinho, de 45 anos, emitiu comentários de teor machista sobre a aparência de Yasmin Brunet, de 35 anos. Ele afirmou que “ela já foi melhor” e insinuou que a modelo está envelhecendo, fazendo observações sobre sua alimentação: “Ela está mais velha hoje, mas é bonita ainda (…) assim, você percebe que ela está mais velha. Ela largou a mão aqui; hoje ela comeu dois pacotes de bolacha com requeijão”, disse o brother, em seguida apelidando a modelo de “Yasmin Comer”.

Conforme a psicóloga e escritora Sylvia Loeb, que é ativista contra o etarismo e idealizadora do projeto @minhaidadenaomedefine, as falas do participante evidenciam tanto o etarismo (preconceito baseado na idade) quanto o machismo e objetificação do corpo da mulher na sociedade. “Neste contexto, a beleza feminina é uma ameaça aos homens, que desejam controlar e cercear esta beleza; e não é raro que o sexo masculino deseje punir essas mulheres por elas exercerem tanto fascínio”, afirma Sylvia.

“O que está acontecendo no BB24 é um exemplo claro de etarismo, que afeta de maneira bastante prejudicial as mulheres, principalmente porque vivemos em uma sociedade patriarcal, onde o machismo e a misoginia influenciam as interações sociais. As mulheres facilmente são rotuladas de velhas e ultrapassadas, têm seus corpos julgados, ao contrário do que não acontece com os homens”, explica a psicanalista que também é autora do livro “Mulheres”, da Editora Ofício das Palavras , recém lançado.

Ainda segundo Sylvia, o combate ao etarismo envolve romper com estereótipos e preconceitos relacionados à idade, reconhecendo o valor das pessoas de todas as faixas idades. “Acima de tudo, a valorização da diversidade, seja etária, de gênero, cultural ou religiosa, contribui para a formação de uma sociedade plural e, portanto, para um mundo mais justo, onde todos podem ser respeitados e ouvidos”, conclui.

Mais sobre Sylvia Loeb:

Aos 79 anos, Sylvia Loeb é psicóloga pela PUC-SP com formação em psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae. Dedica-se a atender pacientes em seu consultório no bairro de Higienópolis na capital paulista e é uma das fundadoras do movimento “Minha Idade Não Me Define”, que combate o preconceito contra pessoas maduras, chamado de ageísmo.

Sylvia tem quatro livros publicados: Contos do divã: pulsão de morte e outras histórias (Ateliê Editorial, SP, 2007); Amores e Tropeços, (Terceiro Nome, SP, 2010); Heitor (Terceiro Nome, SP, 2012) e Homens (Oficina de Conteúdo, SP, 2017). Mulheres é, portanto, sua quinta obra.

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