Barriga solidária e preservação da fertilidade tem ganhado cada vez mais espaço; Entenda mais sobre cada técnica
Com os avanços da medicina reprodutiva, pessoas que, por razões médicas ou pessoais, não podem gestar encontram na reprodução assistida uma esperança concreta de realizar o desejo de ter filhos. Entre as alternativas disponíveis, a barriga solidária, também conhecida como útero de substituição, tem ganhado espaço.
Foi o caso recente de Marcelo e Paula Dohashi, casal de influenciadores que realizou um chá revelação de barriga solidária. Por não possuir útero, Paula contou com a ajuda da cunhada, Daniela Dohashi, engravidou através de fertilização in vitro para realizar o sonho da família. Eles descobriram que estão esperando por uma menina.
Situações em que mulheres não têm a possibilidade de gestar não são incomuns e os tabus sobre o tema vêm sendo quebradas graças a relatos públicos de celebridades brasileiras e internacionais, que ajudam a lançar luz sobre as alternativas que a ciência e a medicina oferecem. A cantora Selena Gomez, de 32 anos, também dividiu nesta semana que possui planos de ter filhos, mas esse sonho seguirá por caminhos diferentes. Isso porque, em entrevista, ela explicou que não pode engravidar por conta de problemas de saúde, que podem colocar tanto sua vida, quanto a do bebê em risco. Hoje, ela se sente confortável em falar sobre o assunto e fica tranquila em compartilhar que existem outras alternativas, como a barriga de aluguel – permitida nos Estados Unidos, mas proibida no Brasil.
Entenda o que muda entre a barriga solidária e a barriga de aluguel
Diferente da barriga de aluguel, a barriga solidária não envolve comércio e nem pagamento, ou seja, a mulher que está engravidando por uma terceira pessoa, não será remunerada por isso.
Segundo Vinicius Medina, especialista em reprodução assistida do Instituto Verhum, unidade do Fertgroup em Brasília, a barriga solidária é permitida no Brasil, desde que a mulher que receberá o embrião seja parente de até quarto grau de um dos membros do casal, seja a esposa ou o marido, como aconteceu com os influencers.
“O casal, assim como a mulher que irá gestar, assina termos de consentimento e recebe uma série de esclarecimentos. O procedimento é permitido pelo Conselho Federal de Medicina, desde que não haja comércio ou qualquer tipo de pagamento à pessoa que irá engravidar”, afirma.
No caso da barriga de aluguel, ocorre a situação em que uma mulher paga para outra engravidar em seu lugar. “Digamos que você tenha uma mãe biológica, por exemplo, que não pode engravidar por qualquer motivo, e ela vai pagar uma terceira pessoa, ou seja, existe um comércio nisso para que se engravide por ela. Vale lembrar que existe um contrato para isso e, logo após o nascimento, a mulher que gerou o bebê irá entregar o recém-nascido para aquela que custeou essa gestação”, explica.
Preservação da fertilidade também pode ser alternativa
As técnicas em reprodução assistida trazem ainda a possibilidade de postergar o desejo de ter filhos sem comprometer as chances de engravidar no futuro. Especialmente por meio do congelamento de óvulos, essa tem se tornado uma opção cada vez mais procurada.
De acordo com um levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), houve um aumento de 76,3% no número de mulheres que passaram por ciclos de congelamento de óvulos no Brasil entre 2020 e 2023.
“Com o passar do tempo, a qualidade e a quantidade de óvulos começam a diminuir de forma mais significativa, especialmente a partir dos 35 anos. Nessa fase, a reserva ovariana tende a diminuir e os óvulos restantes podem apresentar maior risco de alterações genéticas, dificultando a concepção e aumentando as chances de complicações na gravidez. Por isso, orientamos que as mulheres procurem se consultar com um especialista em Reprodução Humana Assistida por volta dos 30 anos. Durante essa consulta, o profissional pode realizar exames para avaliar a reserva ovariana, como a dosagem do hormônio anti-mulleriano (AMH) e a contagem de folículos antrais (AFC). Com base nesses resultados, é possível elaborar um planejamento familiar personalizado, que pode incluir estratégias como o congelamento de óvulos para preservar a fertilidade futura”, explica Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução assistida do Vida Centro de Fertilidade, unidade do FertGroup no Rio de Janeiro.
Passo a passo: como é feito o congelamento de óvulos
Os especialistas inicialmente solicitam exames para avaliar a reserva ovariana e acompanhar o crescimento e a quantidade de folículos. Na sequência é feito um estímulo para amadurecê-los. O estímulo ovariano, feito com medicações, permite a captação da quantidade de óvulos que o ovário terá naquele mês, avaliado pela reserva ovariana, tendo em vista que o organismo disponibiliza um lote por mês de folículos.
Durante cerca de dez dias, são aplicadas injeções hormonais de gonadotrofina na barriga para estimular o crescimento dos folículos ovarianos, com dosagem ajustada às necessidades da paciente. Durante o procedimento, que pode causar efeitos colaterais como dores de cabeça e inchaço abdominal, a mulher é monitorada por ultrassonografias até a definição da coleta dos óvulos.
O próximo passo é a coleta dos óvulos, realizada com anestesia para conforto da paciente, que dura de 15 a 30 minutos. Os óvulos maduros são então avaliados e congelados no laboratório através de vitrificação, protegendo-os a temperaturas -196ºC dentro do nitrogênio líquido.
Quando a mulher decide engravidar, os óvulos são descongelados e fecundados pelo espermatozoide, seja do parceiro ou de um doador, através da fertilização in vitro (FIV) e então os embriões resultantes são implantados no útero.
Para aumentar as chances de sucesso, é recomendado congelar pelo menos 15 óvulos para mulheres até 35 anos, ajustando o número conforme a idade. “É válido ressaltar que o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomenda que a FIV ocorra até os 50 anos para minimizar complicações”, finaliza Maria Cecília Erthal.
Sobre o FERTGROUP
O FERTGROUP nasceu em 2023 como resultado de uma iniciativa de investimento e expansão liderada pelo Fundo de Private Equity da XP. Maior e mais inovador grupo especializado em reprodução humana do Brasil, atualmente está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Distrito Federal por meio das marcas Fertility, Geare, Vida Bem Vinda, Gerar Vida, Primórdia, Vida e Verhum.
Tendo como pilares o estabelecimento da confiança médica, excelência técnica e atendimento humanizado em todos os serviços, o FERTGROUP investe seus esforços no desenvolvimento de alternativas que contribuem para a democratização do acesso à saúde reprodutiva através da contínua expansão de sua presença geográfica e de novos modelos de financiamento, bem como na geração de informações para a sociedade em geral, comunidade médica e empresas.