Coriza em excesso e recorrente: é sintoma do quê?

Médica do Hospital Paulista explica quais são as diferentes nuances de coloração, quantidade e aparência que esse tipo de secreção pode apresentar, e o que elas indicam em relação a possíveis doenças

Transparente, amarelo-esverdeado, branco-acinzentado, vermelho-roseado, marrom quase preto… O catarro pode se apresentar nas mais variadas escalas de cores, assim como em diferentes viscosidades, quantidades e aparências. Algumas que, às vezes, até nos surpreendem.

É justamente nessas horas que bate aquela curiosidade em saber a razão disso. Afinal, essas diferentes características seriam indicativos de que alguma coisa não vai bem – ou, pelo contrário, de que a nossa saúde está em dia?

De acordo com a médica otorrinolaringologista Dra. Daniela Bautista, do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido, nariz e garganta –, há, sim, aspectos que podem ser bastante reveladores e nos ajudar a entender o que acontece no nosso corpo. Mas, claro, é sempre preciso uma investigação mais aprofundada.

“O muco que chamamos de catarro é uma barreira que as células que recobrem o aparelho respiratório produzem para hidratar e proteger o corpo contra agressões, como poeira, vírus, bactérias e agentes nocivos. Por ser uma barreira, é fácil pensar que ela aumenta ou muda sua característica frente alguma agressão. Portanto, se aumentar o volume, se estiver mais espessa, alterar a cor ou vier acompanhado de sintomas, é um sinal de alerta”, explica a especialista, acrescentando que, em média, produzimos diariamente certa de 1,5 litro por dia de catarro.

Transparente, em volume normal

“Quando está tudo bem, ele costuma ser claro, transparente e não vir em excesso. Entretando, a partir do momento que o volume aumenta, mesmo que ainda transparente, isso pode indicar processos alérgicos ou irritativos, como cheiros fortes, e costuma vir com coceiras e espirros. Já quando associado à prostração, febre baixa e dores, pode indicar algum processo viral, como resfriados ou gripes”.

Dra. Daniela explica que a secreção mais espessa pode indicar a presença de células de defesas, combatendo infecções virais e quadro um pouco mais avançado. “Mas, ainda assim, isso não significa necessariamente que seja preciso de tratamento com antibióticos, como a maioria dos pacientes acredita”, pondera a médica, sempre reforçando que é preciso uma investigação mais aprofundada – o que cabe aos profissionais. 

Secreções esverdeadas ou avermelhadas

O mesmo vale em relação às secreções esverdeadas, que, segundo ela, normalmente, indicam quadros mais longos e vinculados mais frequentemente a infecções bacterianas. “Esse tipo de secreção é mais vinculado a infecções por bactérias. Embora, conforme sempre pondero, seja preciso uma análise conjunta de outros sintomas, como febre, congestão nasal, dores no corpo, falta de ar, dores de cabeça e tosse antes de qualquer conclusão.”

Já em relação às secreções avermelhadas, que são bem menos comuns, mas assustam a gente, a médica afirma que não há motivo para pânico. “Em raros casos, o catarro pode vir associado a laivas de sangue, indicando lesão da mucosa com comprometimento de vasos sanguíneos. Mas isso não necessariamente indica alguma doença grave. O parâmetro principal que sempre deve ser levado em conta antes de recorrer a um especialista são os sintomas associados.”

Secreção escura, acastanhada 

Quanto às secreções escuras e acastanhadas, a especialista do Hospital Paulista explica que essas costumam aparecer em regiões onde há grande concentração de poluentes e fuligem. Ou, também, entre pessoas que tem o hábito de fumar. “É um indicativo de necessidade de limpeza do corpo e melhoria da qualidade do ar respirado”, resume.

Secreção recorrente

Além da questão da cor, da quantidade e aparência, Dra. Daniela destaca que é importante observar a recorrênciadesses quadros. “Secreção, mesmo clara, mas constante, ou secreção antes clara e que se torna mais amarelada ou esverdeada, devem ser observadas com atenção, especialmente quando se trata de crianças. “Mesmo se a secreção for somente em uma narina, caso tenha odor forte, já pode indicar presença de corpo estranho”, finaliza.

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.  

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia. 

Postagens Relacionadas