Futuro do trabalho: flexibilidade é uma das prioridades na busca por emprego

CEO da Intelligenza fala sobre como a versatilidade na jornada de trabalho tem sido ponto primordial na busca pela qualidade de vida

São Paulo, agosto de 2023 – A jornada mais flexível do tempo de trabalho é ponto debatido em diversos países há muito tempo, mas após a pandemia da Covid-19, o debate se intensificou. A busca por vagas em home office ou com horários flexíveis cresceu em todo o mundo. Segundo uma pesquisa realizada ano passado pelo LinkedIn, 49% dos entrevistados buscam uma jornada flexível para manter o equilíbrio profissional e pessoal, e 40% já pensou em deixar o emprego por falta de políticas flexíveis.

Já um relatório deste ano divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulado “Working Time and Work-Life Balance Around the World”, afirma que uma parte dos colaboradores globais trabalham um número maior ou menor de horas do que o padrão de 8 horas por dia. Mais de um terço de todos os trabalhadores têm carga horária de mais de 48 horas por semana. Já um quinto trabalha em horário reduzido (tempo parcial) ou menos de 35 horas por semana. 

“Existe um movimento para implementar quatro dias de trabalho por semana, mas mais do que isso, é importante dar visibilidade e foco na flexibilidade da jornada. A busca por um melhor equilíbrio perpassa na diminuição da jornada e muitas vezes isso não significa trabalhar menos. As pessoas querem seguir mais de uma carreira e por isso, precisam de flexibilidade para dar atenção a segunda profissão, que talvez elas gostem mais. Isso também é qualidade de vida. Buscar o que a realiza e dar opções ao profissional”, explica o Flávio Legieri, CEO da Intelligenza IT, consultoria nacional de tecnologia SAP para RH.

Legieri afirma ainda que a semana de quatro dias pode não funcionar como uma jornada flexível, pois não adianta uma empresa adotar, se ela ainda não tem uma estrutura e cultura organizacional sólida, além de uma liderança qualificada. 

“Neste caso, além de prejuízos, a empresa só vai gerar uma falsa sensação de felicidade no início, o que depois pode se tornar frustração. Obviamente, algumas profissões são mais complicadas de serem flexíveis, como a medicina, por exemplo, mas de uma maneira geral, essa bolha de horários fechados em dias certos não é mais necessária”, diz o executivo.

Empresas também podem se beneficiar da carga horária flexível

Engana-se quem pensa que a flexibilidade pode trazer transtornos para os empregadores. A jornada flexível pode ser um diferencial entre uma equipe feliz, portanto mais satisfeita e com melhores resultados, e profissionais infelizes, que fazem apenas o básico para manter seus cargos.

“Há ainda uma retenção de talentos, pois sentindo-se satisfeito, o profissional mantém-se na empresa, divulga de forma positiva a empresa (fortalece a marca empregadora) e sente-se respeitado e acolhido. Normalmente o retorno é dado como aumento na produtividade, além de credibilidade diante o mercado.  Quando a flexibilidade faz parte da cultura da empresa há interesse do mercado, o que contribui no crescimento sustentável da empresa”, finaliza Legieiri.

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