Devido à alta mortalidade do câncer de cabeça e pescoço, o diagnóstico precoce é responsável por salvar vidas
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) atribui ao hábito de fumar 90% dos casos de câncer de boca, garganta e laringe. Diante disso, o Julho Verde marca a campanha de conscientização do câncer de cabeça e pescoço, que cobre os tumores da boca, nariz, faringe, laringe, órbitas, nasofaringe, tireoide e pele da região.
Dados da instituição também mostram que mais de 75% dos casos são diagnosticados já em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e aumenta a taxa de mortalidade. No entanto, Beatriz Godoi Cavalheiro, cirurgiã de cabeça e pescoço no IBCC Oncologia, aponta que quando identificados precocemente, os casos podem ser tratados.
“Para diagnosticar a doença em estágio inicial, a disseminação de informação e o exame preventivo são essenciais. Dentre os sintomas da condição estão dores na garganta, voz prejudicada e feridas ou nódulos na região da cabeça e pescoço que não cicatrizam”, comenta a especialista.
Beatriz ressalta que, devido à gravidade do câncer de cabeça e pescoço, o diagnóstico precoce é responsável por salvar muitas vidas, junto da atenção aos fatores de risco, como:
- O tabagismo e ingestão de álcool: o hábito de fumar pode aumentar em até 20 vezes a possibilidade de uma pessoa saudável desenvolver a doença. Esse risco multiplica-se em associação com ingestão excessiva de bebidas alcóolicas.
- HPV (Papilomavírus humano): o vírus pode participar do desenvolvimento de tumores malignos na boca e, especialmente, na orofaringe, que inclui a base da língua (porção mais posterior), as amígdalas, as partes laterais e posterior da garganta. A sua via de transmissão é sexual.
- Exposições a substâncias: pessoas que trabalham no setor industrial e de construção e são expostas a substâncias químicas, especialmente derivados do petróleo, pós de madeira e têxteis, entre outros, podem ter um risco maior de desenvolvimento de cânceres do revestimento da via aéreo-digestiva alta.
Tratamento
O tratamento dessa condição envolve muitas variáveis como o estágio da doença, a localização do tumor e até mesmo o risco de metástase. Normalmente, o recomendado, segundo a especialista, é o procedimento cirúrgico para sua retirada.
Indica-se também a ressecção dos linfonodos que podem estar associados à via de disseminação da doença e, em alguns casos, recomenda-se a reconstrução do defeito cirúrgico com o auxílio de cirurgiões plásticos O tratamento também pode ser realizado por meio de rádio e quimioterapia, bem como tais modalidades podem ser indicadas para complementar o tratamento cirúrgico. Prioriza-se a abordagem personalizada. “A face é vital para nossa autoestima e abriga órgãos e estruturas envolvidas na fala, alimentação, respiração e visão. O tratamento cirúrgico deve ser realizado com o intuito de remover o tumor, mas tentando-se preservar tais funções para que o paciente viva com qualidade. Conta-se também com a importante participação de outros profissionais como dentistas, fonoterapeutas e fisioterapeutas no processo de reabilitação”, afirma a Dra Beatriz.
Prevenção
Manter a saúde em dia e bons hábitos como alimentação balanceada e exercícios físicos regulares são uma forma de prevenir diversas questões de saúde, incluindo o câncer de cabeça e pescoço. A especialista do IBCC Oncologia recomenda a realização de visitas anuais ao dentista, atenção ao próprio corpo e consulta a um cirurgião de cabeça e pescoço em casos de sintomas. Além disso, também é preciso manter a higiene bucal em dia, não fumar (cigarro, charuto, cachimbo, maconha, narguile) ou mascar tabaco e evitar consumo excessivo de álcool. “Outros cuidados são usar protetor solar adequadamente – importante replicá-lo durante o dia e não esquecer das orelhas –, inclusive em dias sem sol, bem como chapéus e óculos escuros, realizar exames preventivos da tireoide e estar devidamente vacinado contra o HPV”, finaliza a especialista.
Sobre o IBCC Oncologia
Fundado em 1968, o IBCC Oncologia é conhecido por ser um Centro de Tratamento Oncológico de alta complexidade e possuir um Centro de Pesquisa Clínica renomado. É pioneiro no combate ao câncer de mama e ginecológico e trouxe o primeiro mamógrafo para o Brasil em 1971.
Durante a década de 70 e 80, atuou com o maior programa de prevenção do câncer do colo uterino e de mama já realizado por uma instituição, com atendimento a mais de 2 milhões de pessoas, tendo trazido o primeiro mamógrafo para o Brasil, em 1971. Foi considerado pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado de SP o melhor hospital em atendimento humanizado e classificado entre os 10 melhores hospitais do estado, assim como, entre os anos de 2004 a 2007, recebeu, consecutivamente, o Troféu “Hospital Best” na categoria Instituição Filantrópica.
Desde 1995 o IBCC é detentor e em 1988, a instituição passou a ser Entidade Camiliana, se tornando o IBCC Oncologia. Também foi escolhido para ser no Brasil a instituição detentora da Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, em 1995. Há 55 anos é referência na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer em São Paulo. Para mais informações: https://ibcc.org.br/