Museu de Arte Contemporânea do Ceará receberá Itinerância da 35ª Bienal de São Paulo em setembro.

Fortaleza foi uma das quinze cidades escolhidas, entre o Brasil e o exterior, para receber a circulação das coreografias do impossível, sucesso de crítica e público no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, em São Paulo.

     No segundo semestre de 2024, parte das obras da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível – chegará ao Ceará diretamente no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), integrado ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, complexo cultural da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Entre quinze cidades, sendo 11 brasileiras e quatro estrangeiras, Fortaleza receberá, entre setembro e novembro, um recorte da exposição que, em 2023, assumiu protagonismo no cenário artístico e cultural paulista. 

     O olhar dessa curadoria feita para a capital cearense é dos quatro curadores que têm trabalhado coletivamente na edição: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. A ação acontece por meio do programa de mostras itinerantes, realizado pela Fundação Bienal de São Paulo de forma consistente desde 2011, com a 29ª edição da mostra.  

     “A realização da 35ª Bienal de São Paulo no Ceará proporciona um intercâmbio cultural valioso, sendo um evento de renome no cenário artístico. Ao receber a itinerância da Bienal, o Ceará destaca-se como um polo cultural relevante”, ressalta a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela.

     “A sua presença aqui promoverá uma dança cósmica, ancestral e destemida”, comemora a superintendente do Centro Dragão do Mar, Helena Barbosa, que explica a conexão direta das políticas desenvolvidas atualmente no centro cultural com as temáticas desta edição. “Para nós, o misto de correnteza aviva o motim da descolonização e renova a perspectiva da institucionalização. A cultura da encruzilhada, que fundamenta nossa política, tem como força motriz o reconhecimento da diferença na estruturação de uma prática de gestão que busca incentivar o fortalecimento de espaços de confiança que incitam o indivíduo ao processo de insurgência e apoderamento das suas liberdades. Acolher a 35ª Bienal de São Paulo é consagrar mais um passo rumo a essa soberania criativa que ignora as fronteiras, transmuta a noção de tempo, espaço e poder, e promove a solidariedade entre as singularidades e as alteridades. 

     Como contextualiza a gestora do MAC-CE, Cecília Bedê, “receber a 35ª Bienal de São Paulo no MAC-CE é um marco para o momento atual. A mostra reúne diversas linguagens artísticas e cria um forte conjunto de vozes diaspóricas e de povos originários, enraizados na força de tornar movimentos impossíveis em embate, possibilidade e compartilhamento. Suas obras nos indicam dispositivos de enfrentamento, retomadas e de realização. Apresentar esse recorte para o público cearense, a partir do território em que o MAC e o Dragão estão inseridos, é abrir espaço para essa dança tão necessária”.

Sobre a Itinerância da 35ª Bienal de São Paulo



     O itinerário do programa começou em 27 de janeiro no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. As cidades contempladas no Brasil pela Bienal ainda incluem São José do Rio Preto e Campinas, nos respectivos SESCs; Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer; Belém, no Museu de Arte de Belém; Salvador, no Museu de Arte Moderna da Bahia; Brasília, no Museu Nacional da República; Belo Horizonte, no Palácio das Artes; Vitória, no Palácio Anchieta; Fortaleza, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), localizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura; e Porto Alegre, na Fundação Iberê Camargo.

     Para os curadores Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, é significativo que a exposição viaje por todas as regiões do país e internacionalmente: “Os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, que as coreografias do impossível não estejam restritas ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado”.

     As etapas internacionais do programa de mostras itinerantes abrangerão quatro países, marcando a primeira vez que a Bienal estará no continente africano. Os países visitados serão Argentina; pela primeira vez, Bolívia; Angola e França.

     Andrea Pinheiro, presidente da Bienal, destaca a importância deste momento: “As itinerâncias da Bienal de São Paulo, implementadas como programa institucional permanente há mais de uma década, reforçam que a mostra é um patrimônio de todos os brasileiros e leva a produção artístico-curatorial do Brasil para o mundo”.




Serviço: 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível – no Centro Dragão do Mar
Período: Entre setembro e novembro de 2024
Local: Museu de Arte Contemporânea do Ceará (Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema – Fortaleza/CE)
Visitas de quarta a sexta, das 9h às 18h (com acesso até as 17h30), e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h (com acesso até as 17h30).
Acesso gratuito 
Mais informações: (85) 3488.8624 

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