Se Jesus estivesse vivo, onde ele estaria e o que faria? Mesmo aqueles que estão distantes do Cristianismo já devem ter se questionado sobre o assunto ou se envolvido em debates calorosos e repleto de teorias sobre o que poderia acontecer caso o profeta retornasse ao mundo. É um questionamento que extrapola os limites da religiosidade, porque suscita a curiosidade da população e também inspira várias produções culturais, a exemplo de Irmandade da Cruz, de autoria de Luiz Henrique Carvalho Mourad.
Para aficionados por Dan Brown, o autor brasileiro também interpreta situações da Bíblia que foram consumadas quase como verdades absolutas. Mas, neste lançamento, o santo graal, que conduz o enredo de “O Código da Vinci”, não seria o cálice usado por Cristo na última ceia. Além disso, a partir da ideia de que o profeta está vivo, o escritor constrói uma narrativa repleta de enigmas e ameaças que põem em risco o mundo inteiro.
– Há muitos séculos – continuou Armand –, este castelo foi atacado e quase completamente destruído. Todos os seus habitantes foram mortos e, como eu lhe disse, de tudo fizeram para que a família que aqui vivia fosse completamente esquecida. O que os homens que tentaram apagar seus vestígios desconheciam é que dentro de suas próprias fileiras havia pessoas que juraram lealdade aos senhores deste castelo e que, incognitamente, ajudaram a esconder seu maior tesouro em local seguro. (Irmandade da Cruz, pg. 34)
Na história, um jornalista recebe um convite para participar da Irmandade da Cruz, uma sociedade secreta responsável por proteger Jesus e deixá-lo em lugares seguros com o passar dos séculos. No começo, o protagonista não acredita nesse trabalho, mas, durante uma discussão com um dos líderes da organização, ele é convencido. O problema é que a associação enfrenta ameaças externas após um dos integrantes tentar se vingar e expor a todos onde está o profeta.
Com grandes reviravoltas e interpretações sobre situações bíblicas, Luiz Henrique constrói um enredo capaz de envolver dos ateus às pessoas de fé. Por meio de teorias e fatos históricos, ele estreita as diferenças entre ficção e realidade para fazer o leitor se questionar: até que ponto este livro pode ser verdade?