O mel cristalizou? Especialista da Baldoni explica o motivo e o que fazer para o alimento se tornar novamente viscoso

Mel de abelhas de verdade cristaliza ao longo do tempo. Se não cristalizar, fique de olho, pois há possibilidade de ser adulterado

Se você tem um pote de mel de abelhas na despensa e descobriu que ele adquiriu uma consistência endurecida e esbranquiçada, não o jogue fora. Muita gente pensa que este fenômeno, chamado cristalização, significa que o produto perdeu a validade, teve suas características nutricionais alteradas e não é mais adequado para o consumo. “Isto é mito”, afirma Daniel Cavalcante, doutor em Tecnologia de Alimentos e CEO da Baldoni, reconhecida como a marca de mel mais premiada do País. 

De acordo com o especialista, a cristalização é um processo natural que ocorre ao longo do tempo. “É um bom sinal de que o mel é legítimo, 100% natural, e que não passou por nenhum procedimento que fizesse com que ele perdesse suas propriedades e nutrientes”, destaca. O CEO da Baldoni explica que as abelhas retiram do néctar das flores o açúcar na forma de sacarose, que não é utilizado no organismo humano, e, naturalmente, processam esta molécula, transformando-as em dois outros tipos de açúcares, como a glicose e a frutose, que são a composição básica do mel.

O fato é que todo mel puro irá cristalizar com o tempo, e não é sinal de que esteja impróprio para o consumo. Embora a data de validade do mel seja difícil de determinar, no Brasil, o Ministério da Agricultura estabelece dois anos a partir do envase.

No entanto, é bem fácil perceber se o mel estragou, sendo que, a cristalização não é um sinal de putrefação. “Mel estragado tem um cheiro bem forte, quase alcoólico, de alimento fermentado”, diz o especialista da Baldoni.

E existe diferença entre os tipos de mel quando se trata de cristalização? A resposta é sim.

Méis como os de flor de Laranjeira, flores de Cipó-Uva e flores de Assa-peixe possuem mais frutose do que glicose e, por isso, demoram mais para cristalizar. Em contrapartida, méis como os de flores Silvestres, flores de Eucalipto ou flores de Capixingui possuem mais glicose do que frutose e cristalizam mais rapidamente, principalmente, devido à solubilidade desta molécula.

Porém, não existe uma lei firmemente estabelecida, pois trata-se de um produto natural, e há uma infinidade de variáveis que podem definir se um mel é mais suscetível à cristalização, ou não.

Apesar de ser um produto milenar, no Brasil, há muitas dúvidas a respeito do mel e muitos paradigmas a serem quebrados. “É um problema cultural, já que estamos em um dos países que mais produzem açúcar refinado do mundo. Em países europeus, cujo consumo de mel é mais elevado, há os que prefiram consumi-lo no estado cristalizado, pela facilidade no uso e aplicação, e pela sensação dos cristais no paladar”, explica Cavalcante.

“Cuidado com aquele mel de procedência duvidosa que nunca cristaliza. Pode ser uma mistura de mel com outros açúcares, como glucose de milho ou açúcar invertido, que geralmente são adquiridos de vendedores ambulantes, sem emissão de nota fiscal. Seja cauteloso também com méis vendidos de maneira informal, pois, embora muitos produtores artesanais não tenham má fé, dificilmente são fiscalizados”, finaliza Daniel Cavalcante.

Por isso, prefira adquirir mel de empresas que são regularmente fiscalizadas e confiáveis.

Veja como “descristalizar” o mel:

  • Para que o mel cristalizado se torne viscoso novamente, basta aquecer água em uma panela grande o suficiente para imergir a embalagem toda, deixando a tampa para fora. Desligue o fogo quando a temperatura da água chegar em 45ºC;
  • Importante: não ferva a água. A temperatura deve ser suficiente para manter a mão por 5 segundos dentro da água;
  • Deixe a embalagem por tempo suficiente para que os cristais se dissolvam. Se necessário, reaqueça a água;
  • Não coloque no micro-ondas. Isso pode fazer com que o mel perca suas propriedades nutricionais.

Sobre a Baldoni

Baldoni Agroindústria é líder do mercado nacional de produtos derivados de mel e pioneira no gerenciamento desta categoria. Fundada em 1983 pela família Baldoni, está sob a gestão de Daniel Augusto Cavalcante desde 2016.

Baldoni tem a visão de se tornar referência em inovação no desenvolvimento de produtos à base de mel e disponibiliza no seu portifólio, além do mel de abelhas nas diversas floradas, geleias adoçadas com mel, extrato de própolis e suplementos alimentares. A empresa possui certificações reconhecidas mundialmente, como: HACCP, IFS Global Markets, FDA, Certicação Orgânica, Kosher, Halal e é fiscalizada e auditada pelo Serviço de Inspeção Federal no Ministério da Agricultura.

Mel da Baldoni além de ter sido eleito por quatro vezes o Melhor do Brasil no Congresso Brasileiro de Apicultura, tem notórios prêmios internacionais da cadeira de Apicultura recebidos em Londres, Canadá e Bélgica. É a única empresa do segmento a receber o prêmio Agro+ Integridade, que reconhece boas práticas de compliance, governança e responsabilidade Social.

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