Com o objetivo de disseminar informações e conscientizar a sociedade sobre a saúde mental, comemora-se, no dia 30 de março, o Dia Mundial do Transtorno Afetivo Bipolar. Escolhida em alusão ao nascimento do artista Vincent Van Gogh, postumamente diagnosticado como provável portador do transtorno, a data faz uma alerta sobre a importância do conhecimento sobre a bipolaridade a fim de combater o estigma em relação à doença e estimular a procura por tratamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o transtorno afetivo bipolar acomete cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma das principais causas de incapacidade em jovens adultos. A médica psiquiatra do Nosso Lar Hospital, Daphinis Brito, explica que o transtorno afetivo bipolar é uma condição psiquiátrica caracterizada por episódio de elevação de humor ou aumento de energia (mania ou hipomania), associado a outro episódio afetivo do passado, podendo também ocorrer oscilações de humor e episódios depressivos.
“Os sintomas de mania/hipomania podem variar. A pessoa pode se sentir extremamente feliz, irritada, hiperativa e ter pensamentos e fala acelerados. Também pode haver compulsão por compras, com gastos excessivos. Durante os episódios depressivos, o indivíduo sente-se triste, sem energia e sem interesse em atividades que antes eram prazerosas”, aponta.
Um estudo publicado na revista científica The Journal of Clinical Psychiatry mostra que o transtorno bipolar pode ter um impacto significativo na vida das pessoas que sofrem com a condição. Segundo a pesquisa, as pessoas com transtorno bipolar têm uma qualidade de vida significativamente mais baixa do que as pessoas sem a condição, no entanto, a Dra. Daphinis Brito destaca que é possível que os portadores do transtorno tenham uma vida normal. “Embora muitas vezes haja dificuldade maior em estabelecer rotinas, com o suporte da família, acompanhamento médico e tratamento adequado, esses pacientes conseguem ter uma vida funcional e tranquila em sociedade”.
Como não existe cura para o transtorno, o tratamento deve ser seguido por toda a vida do paciente, o que envolve uma combinação de medicamentos e terapias para estabilizar o humor e controlar os sintomas. A médica lembra que muitas pessoas com o transtorno não recebem tratamento adequado, o que pode levar a complicações e agravamento da condição. Nesse contexto, é fundamental que a doença seja reconhecida e tratada o mais precocemente possível, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. “O esclarecimento é fundamental, não apenas para motivar a busca de tratamento , mas também para combater o preconceito sobre a doença. Vale ressaltar que somente o médico pode fazer o diagnóstico”, afirma.
É preciso falar sobre saúde mental
O Nosso Lar Academy, núcleo de educação do Grupo Nosso Lar, realiza, nesta quinta-feira (30), uma live sobre “A bipolaridade a partir de um olhar multidisciplinar” com a presença da médica psiquiatra e diretora geral do Grupo Nosso Lar, Dra. Ticiana Macedo, e do psicólogo do Nosso Lar Hospital, Danilo Montenegro. O debate acontecerá às 12h, no perfil do instagram @nossolarhospital, com mediação de Cris Buhamra, coordenadora do Nosso Lar Academy.
Serviço
Live – A Bipolaridade a partir de um olhar multidisciplinar
Dia: 30/03 às 12h
Instagram: @nossolarhospital
