Saiba quem são as vencedoras do Prêmio Mulheres Extraordinárias da ADPEC

Com o intuito de dar destaque e mais visibilidade às mulheres que atuam em diferentes segmentos e fazem história com suas ações, a ADPEC lançou o Prêmio Mulheres Extraordinárias. A honraria será concedida às mulheres – Defensoras Públicas ou não – que se destacam no âmbito estadual e nacional no exercício da atividade de Defensora Pública ou em ações que impactam a ADPEC, o público assistido da Defensoria Pública ou a própria instituição. Esse ano o evento que concederá o prêmio, na sua primeira edição, acontece no dia 23 de março, no restaurante Pipo, às 19h. Será aberto às associadas da ADPEC e convidadas. A decisão das vencedoras ocorreu por meio de votação interna, com júri formado por mulheres de destaque dentro e fora da instituição.

A Presidenta da ADPEC, Kelviane Barros, demonstra felicidade com o resultado e pontua a ação como essencial para a valorização das mulheres. “São mulheres maravilhosas, com histórias incríveis e inspiradoras. É uma honra iniciar nessa gestão uma homenagem tão sincera e merecedora para todas essas mulheres. Já estamos ansiosos para as próximas edições, pois foi muito interessante conhecer mais a história dessas mulheres e poder homenageá-las”, disse.

Conheça as Mulheres Extraordinárias premiadas em cada categoria

Categoria Trabalho Social: Zelma Madeira

Atualmente, Zelma Madeira é Secretária da Igualdade Racial do Governo do Ceará, mas a sua história e suas ações de impacto para a sociedade começaram bem antes disso. Graduou-se em Serviço Social, com mestrado e doutorado em Sociologia. É professora do Curso de Serviço Social e do Mestrado em Serviço Social, Trabalho e Questão Social (MASS) da Uece; coordenadora do Laboratório de Afro brasilidade, gênero e família (Nuafro/Uece); líder do Grupo de Pesquisa Relações Etnico-raciais: cultura e sociedade, da Uece. Tem experiência na área de Sociologia, Serviço Social, atuando principalmente nos temas – família, gênero, relações étnico-raciais, políticas sociais, gestão de políticas públicas, política de igualdade racial, política de assistência social, cultura e religião de matriz africana.Para além da universidade, a docente foi assessora Especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais do Ceará e coordenadora Estadual de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial do Ceará, da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos.
Zelma Madeira foi, ainda, vencedora do Prêmio Innovare 2020, na categoria Justiça e Cidadania, por ser uma das criadoras do projeto “Campanha Ceará Sem Racismo – Respeite minha história, respeite minha diversidade”. Zelma faz um trabalho edificante e brilhante social e também na luta pela igualdade racial.

Categoria Trabalho Científico: Érica Regina Brilhante

Mestre em Direito e Gestão de Conflitos. Graduada em Direito pela Universidade de Fortaleza (2002), tornando-se posteriormente Defensora Pública do Estado do Ceará. É Especialista em Direito Processual e foi coordenadora das Defensorias Públicas da Infância e da Juventude no Estado do Ceará, bem como fundou um dos mais importantes Núcleos da Defensoria, o Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (NADIJ) da Defensoria Pública do Estado do Ceará. Foi Coordenadora na Região Nordeste da Associação Brasileira de Magistrado, Promotores e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP) – gestão 2011/2013, além de ter realizado um excelente trabalho como Conselheira suplente do Conselho Técnico- Científico da ABMP – Associação Brasileira de Magistrado, Promotores e Defensores Públicos da Infância e da Juventude – gestão 2014/2016. Foi Supervisora do Núcleo de Atendimento Jurídico Especializado ao Adolescente em Conflito com a Lei (NUAJEA) da Defensoria Pública do Estado do Ceará (2014/2015), bem como um dos seus grandes feitos foi fundar o NUAJA – Núcleo de atendimento a Jovens e Adolescentes em Conflito com a lei, da Defensoria Pública do Estado do Ceará. Ganhou destaque por ser autora do Projeto Centro de Justiça Restaurativa – CJR e Coordenadora do Centro de Justiça Restaurativa da Defensoria Pública do Estado do Ceará (CJR). O trabalho de Érica é inspirador para todos que fazem a Defensoria Pública.

Mulheres na Política: Jade Romero

A vice-governadora do Estado do Ceará, Jade Romero, tem trabalhado fortemente pelos pleitos da sociedade na gestão atual e, principalmente, vem concedendo bastante atenção às pautas que dizem a respeito dos direitos e interesses das mulheres cearenses. É graduada em Gestão Pública pela Universidade de Fortaleza (Unifor), Especialista em Políticas Públicas, pela Universidade Gama Filho e Mestranda em Administração Pública, pela Universidade de Lisboa. Foi secretária-executiva do Esporte do Governo do Ceará na gestão Camilo Santana, como também foi secretária de Participação Popular de Fortaleza e já representou o Brasil na reunião jovem dos Brics. Jade Romero merece todas as homenagens pelo excelente trabalho que vem realizando.

Categoria fazendo história: Sandra Dond

Sandra Dond é Defensora Pública e exerce um excelente trabalho que a faz ter uma história brilhante e admirável na Defensoria Pública. É mineira e veio para o Ceará aos 15 anos, formou-se em 1976, em Direito, pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e no começo da carreira tinha um escritório de advocacia com sua colega de profissão Ana Maria Viana Moreira, hoje Defensora Aposentada. Realizou um trabalho primoroso à frente do Município de Aracoiaba, quando passou no concurso de Advogada do Ofício, em 1983. Depois foi lotada no Instituto Penal Paulo Sarasate-IPPS. Posteriormente, atuou por sete anos na Vara de Execução Penal e de lá foi transferida para o Tribunal de Justiça, onde está até hoje. Durante todos esses anos, Sandra Dond representou a Defensoria Pública do Estado do Ceará em diversas missões e Coordenadorias, assumiu diversos cargos. Também ganhou destaque por ser a primeira diretora mulher do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira 1 – IPPOO, representou a Defensoria Pública na Comissão de Processos Administrativos e Disciplinares, além de ter sido Coordenadora do Sistema Penal da Secretaria de Justiça. Sandra Dond também foi Secretária de Justiça, por duas vezes, durante o mandato de Tasso Jereissati. Um dos seus últimos cargo administrativo foi a Presidência do Conselho Estadual de Segurança Pública, durante os 4 anos do primeiro governo de Cid Gomes. Atualmente exerce o cargo de Defensora Pública no segundo grau da jurisdição como titular na 2ª Câmara Criminal.

Categoria Destaque Nacional: Maria da Penha

A cearense Maria da Penha é uma mulher que fez e continua fazendo história na luta contra a violência contra as mulheres, sendo uma inspiração para todas as que precisam ir atrás dos seus direitos e reconhecer os limites de uma relação abusiva. Iniciou sua história como farmacêutica bioquímica e se formou na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará em 1966, concluindo o seu mestrado em Parasitologia em Análises Clínicas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo em 1977. O caso Maria da Penha é representativo da violência doméstica à qual milhares de mulheres são submetidas em todo o Brasil. A sua trajetória em busca de justiça durante 19 anos e 6 meses faz dela um símbolo de luta por uma vida livre de violência. Essa luta culminou na Lei N. 11340, mais conhecida como Lei Maria da Penha. Autora do livro “Sobrevivi… posso contar (1994)” e fundadora do Instituto Maria da Penha (2009), ela ainda hoje fala sobre a sua experiência, dá palestras e luta contra a impunidade dessa violência que é social, cultural, política e ideológica, afetando milhares de mulheres, adolescentes e meninas em todo o mundo. Já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz e ganhou o Grande-Colar do Mérito do Tribunal de Contas da União. Um orgulho para todos que acompanharam um pouco da sua história.

Categoria Superação: Maria de Lourdes Conceição (Cacique Pequena)

Em meados da década de 1990, uma organização que era conhecida por ter sempre homens no Poder, viu o seu principal chefe, cacique Teodorico, falecer. Assim, a comunidade Jenipapo-Kanindé ficou sem líder e veio a nomeação de Maria de Lourdes Conceição (Cacique Pequena), a primeira mulher a se tornar cacique no Brasil. Cacique Pequena assumiu o cacicado em 6 de março de 1995, escolhida por seu povo, pois o pé na estrada e foi em busca de melhoria para sua comunidade. Dentro de sua trajetória de luta. Cacique Pequena conquistou vários benefícios para a aldeia, como casa de farinha, galpão de artesanatos, escola, posto de saúde, energia, abastecimento de água, pousada, museu indígena.Uma de suas maiores conquistas foi o reconhecimento étnico de seu povo, pois nossa principal bandeira de Luta é a Mãe Terra, diz cacique pequena. Terminou em 2018 seu ensino médio na própria escola que conquistou. O Google selecionou mulheres inovadoras que lutaram para conquistar seu espaço no cenário mundial e Cacique Pequena estava lá, ocupando o seu espaço também no meio virtual. Uma história de superação e que a ADPEC tem muito orgulho de contar em forma de premiação.

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