Notas Rápidas
Três gaúchos, Tom Silva, Daniel Jobim e Sandro Boeck, e o argentino Facundo Fadón, que venceram as quatro primeiras temporadas, estarão na capital paulista no próximo fim de semana no evento que também terá a presença de Sam Smith, participante da versão americana
A cutelaria é uma arte milenar com trabalhos que são alçados a verdadeiros artigos de luxo e, por isso, reúne muitos admiradores, colecionadores e profissionais admirados no trabalho da forja. Para muita gente que descobriu esse universo recentemente, o reality show Desafio Sob Fogo foi à porta de entrada e um impulso importante para popularizar a habilidade de fabricar ferramentas de corte a partir do aço.
Por isso, o programa não poderia deixar de estar representado na XVI Salão Paulista de Cutelaria, que acontece nos dias 2 e 3 de novembro na capital, reunindo campeões que foram considerados os melhores da América Latina. Quatro vencedores estão confirmados e estarão expondo seu trabalho no Pro Magno Centro de Eventos.
Os brasileiros Tom Silva, Daniel Jobim e Sandro Boeck, todos eles gaúchos, foram os vencedores das três primeiras temporadas, respectivamente. Na quarta, o argentino Facundo Fadón foi quem esteve no topo do pódio.
Os quatro disputaram o título de melhor forjador com representantes de vários países da América Latina. Na ocasião, o time de representantes do programa ficou completado por um quinto convidado especial, o participante da versão americana Sam Smith.
Durante o salão, os participantes terão a oportunidade de conhecer o trabalho de mestres cuteleiros, adquirir peças exclusivas, e participar de workshops e palestras com especialistas renomados. Além disso, os expositores poderão participar das premiações em 27 categorias, e uma é especial – Melhor Iniciante – que pode se inscrever qualquer pessoa que tenha, no máximo, três anos de atuação como cuteleiro, mesmo que não seja expositor.
“Para dar vida ao XVI Salão Paulista de Cutelaria, um dos maiores encontros desse gênero do mundo, tivemos uma curadoria cuidadosa entre os expositores. E, claro, que os grandes responsáveis por atrair uma nova geração para essa arte não poderia ficar de fora. Estou extremamente feliz por conseguir reunir um time de campeões que poderão compartilhar com os presentes um pouco de seus trabalhos na forja”, celebra Silvana Mouzinho, organizadora do evento desde 2009 e cuteleira que, apesar de estar em um universo dominado pelos homens, conseguiu se destacar como profissional e costuma viajar o mundo em eventos como o seu apresentando suas facas.
Além dos campeões estarão presentes no evento os participantes do programa a própria Silvana Mouzinho, que participou em 2021, do programa Desafio Sob Fogo Brasil e América Latina, quarta temporada. Já o Gerson Bragagnoli participou da 5ª temporada do programa, em 2022.
Destaques do evento
- Exposição de Lâminas: peças exclusivas e edições limitadas estarão em exibição, mostrando o que há de mais sofisticado e inovador no mercado.
- Workshops e Palestras: com temas que vão desde técnicas de execução de uma faca até o design de facas, ministrados por especialistas reconhecidos mundialmente.
- Presença de mestres cuteleiros: profissionais renomados do Brasil e do exterior estarão presentes, oferecendo a chance de interagir e aprender.
- Premiação: são 27 categorias e os cuteleiros podem inscrever uma peça para cada uma. Serão avaliados por uma comissão julgadora.
Serviço:
16º Edição do Salão Paulista de Cutelaria
Datas e horários: 2 de novembro, das 10h às 19h e 3 de novembro, das 10h às 18h.
Local: Pro Magno Centro de Eventos
Endereço: Av. Professora Ida Kolb, 513 – Casa Verde – São Paulo – SP
Ingressos: podem ser adquirido através do Sympla
Crianças menores de 12 anos acompanhadas por pessoa responsável tem entrada gratuita.
Mais informações:
Workshops e palestras:
Dia 2 de novembro – sábado
13h – WORKSHOP DE AFIAÇÃO
Faca: uma ferramenta de corte
Por Luis Afonso: estudioso e apreciador da arte da cutelaria, cuteleiro desde 1997, hoje trabalha com artigos manuais para afiação e Workshops para interessados.
15h – NA ROTA DAS FACAS NORDESTINAS
Uma viagem pelo imaginário do sertão
Por Luciano Chaves: fez sua primeira faca aos doze anos e hoje, aos quarenta e nove seu trabalho é focado em recriações de peças históricas e machados. Criador do Museu Fio das Gerais e diretor presidente da Carmin – Cutelaria Artesanal Mineira.
17h – CUTELARIA, DESAFIOS E APRENDIZADOS
Um bate papo sobre sua trajetória na cutelaria e a importância dos eventos
Por Fábio Barros (MS)
Dia 3 de novembro – domingo
13h – CUTELARIA POR MÃOS FEMININAS
A arte por um fio
Por Silvana Mouzinho: presente há quase trinta anos fazendo facas, organizando eventos e divulgando a arte afiada.
15h – WORKSHOP DE AFIAÇÃO
Faca: uma ferramenta de corte
Por Luis Afonso: estudioso e apreciador da arte da cutelaria, cuteleiro desde 1997, hoje trabalha com artigos manuais para afiação e Workshops para interessados. Iniciou na cutelaria em 2015, como autodidata, através de muita dedicação, construiu uma carreira sólida, recebendo diversos prêmios no Brasil e nos Estados Unidos.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante, anunciou que o comércio varejista da cidade funcionará nos dias 2 e 15 de novembro, feriados nacionais conhecidos como Dia de Finados e Proclamação da República, respectivamente.
Nessas datas, lojas de shoppings, Centro de Fortaleza e da Av. Monsenhor Tabosa estarão abertas para atender os consumidores. Além disso, muitas lojas já estão preparando pacotes de liquidação para a Black Friday, oferecendo descontos, prazos e benefícios exclusivos.
“É uma oportunidade única para os consumidores fazerem suas compras com os benefícios da Black Friday durante os feriados”, destaca Assis Cavalcante. “Os lojistas estão preparados, com funcionários treinados e mercadoria em estoque, para garantir um grande momento de compras”, reforçou.
Aulas preparatórias são ofertadas no formato 100% digital e apoiam estudantes para a realização das provas de Inglês, Português e Literatura
São Paulo, outubro de 2024 – A Faculdade Cultura Inglesa, instituição de ensino superior com foco na formação e especialização de profissionais da área da língua inglesa, abriu as inscrições para a realização de cursos preparatórios gratuitos para o exame do Enem 2024. Formatados no modelo online assíncrono, com conteúdos gravados, os cursos oferecem insumos para a realização das provas de Inglês, Português e Literatura, que serão aplicadas no próximo domingo, dia 03 de novembro.
Voltadas para alunos do ensino médio, provenientes de escolas públicas ou privadas, as aulas são ministradas por professores mestres e doutores da instituição, e têm um direcionamento prático, com a análise de exercícios extraídos de edições anteriores da prova do Enem.
Conforme cronograma divulgado pela Faculdade, o curso de Língua Inglesa, com 36 horas de duração, aproveita a excelência do ensino de inglês da marca Cultura Inglesa para preparar os estudantes para a prova de língua estrangeira. Análises comparativas das edições anteriores da prova do Enem mostram que o inglês tem sido a maior barreira para estudantes de escolas públicas que dependem do exame para ingressar numa universidade.
Por sua vez, o curso de Literatura, com carga horária de 10 horas, apresenta aos estudantes estratégias de análise de textos literários a partir da revisão de textos canônicos da literatura brasileira. Já o curso de Língua Portuguesa, com 20 horas de duração, trabalha habilidades de interpretação de textos.
“Os cursos oferecidos pela Faculdade Cultura Inglesa são acessíveis a todos estudantes e indicados, principalmente, para os alunos de baixa renda da rede pública de ensino, carentes de um apoio preparatório para a realização de uma prova que, como se sabe, é a principal porta de entrada nas grandes universidades e faculdades do país, como a Faculdade Cultura Inglesa. Além disso, o formato online, com aulas gravadas, oferece uma flexibilidade maior, permitindo que o estudante defina o ritmo de sua própria jornada de aprendizagem”, afirma Isabela Villas Boas, Diretora Executiva Acadêmica da Cultura Inglesa e da Faculdade Cultura Inglesa.
Para realizar os cursos da Faculdade Cultura Inglesa, o estudante deve fazer um cadastro e criar um login e senha na plataforma de aprendizagem Moodle, onde poderá acessar o conteúdo interativo e fazer download de material didático em PDF, além de realizar atividades complementares. Não há limite de tempo de acesso à plataforma.
As inscrições para os cursos preparatórios para a prova do Enem da Faculdade Cultura Inglesa devem ser realizadas aqui.
Sobre a Faculdade Cultura Inglesa
Fundada em 2014, a Faculdade Cultura Inglesa é uma instituição de ensino superior que oferece graduação bacharelado em Letras-Tradução e graduação licenciatura em Letras Inglês, além de pós-graduação em duas linhas, Língua Inglesa Ensino-Aprendizagem e Educação Bilíngue. Combinando teoria e prática, os cursos foram desenvolvidos para formar profissionais especializados, capazes de se adaptar às diferentes necessidades do mercado. A instituição conta com um time de excelência acadêmica, formado por mestres e doutores. Na graduação, as aulas são lecionadas em inglês a partir da segunda metade do curso. A instituição ainda oferece a possibilidade de estágio nas unidades da rede de ensino de inglês Cultura Inglesa e a participação gratuita em eventos culturais promovidos pela marca.
Especialistas do CEJAM detalham os diferentes tipos da doença, os cuidados essenciais e a importância da terapia para o bem-estar
Manchas avermelhadas pelo corpo, escamações da pele e alterações nas unhas, tais como manchas e deformidades, estão entre os principais sinais de uma condição dermatológica conhecida como psoríase.
Famosos como a ex-BBB e apresentadora Ana Clara Lima, as cantoras Kelly Key e Beyoncé e a socialite Kim Kardashian são algumas das pessoas que enfrentam o diagnóstico da doença, que afeta aproximadamente 3% da população mundial.
No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), são cerca de 5 milhões de indivíduos com essa inflamação na pele.
“A psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada por períodos de melhora e piora. Essa condição autoinflamatória envolve fatores genéticos, ambientais e comportamentais que contribuem para seu desenvolvimento”, afirma a Dra. Flávia Rosalba, dermatologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
A médica esclarece que a psoríase pode ser classificada em diferentes tipos, conforme a distribuição das lesões. O tipo mais comum é o da psoríase em placas, com grandes lesões vermelhas e escamosas pelo corpo. A psoríase gutata, por outro lado, é caracterizada por pequenas lesões, geralmente em formato de gotas.
Há também a psoríase invertida, com lesões nas dobras do corpo, e a psoríase palmo-plantar, que causa lesões nas palmas das mãos e solas dos pés.
“A psoríase pustulosa, forma rara e mais grave, é marcada por pequenas bolhas com pus na pele, enquanto o tipo eritrodérmico afeta todo o corpo com intensa vermelhidão e descamação. Há, ainda, a artrite psoriásica, que acomete as articulações, e a psoríase ungueal, que afeta as unhas que podem crescer de forma anormal e apresentar manchas. O diagnóstico é feito principalmente por observação clínica das lesões e, em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia de pele para confirmação. É fundamental consultar um dermatologista ao notar alterações na pele”, assinala a Dra. Flávia.
De acordo com a especialista, o tratamento deve ser individualizado, considerando o tipo e a gravidade da psoríase. “Entre as opções terapêuticas incluem-se: emolientes, pomadas e cremes; fototerapia UVA e UVB; medicamentos orais e injetáveis, incluindo biológicos como anti-TNF e anti-interleucinas”.
A importância do apoio psicológico no tratamento
A psoríase é uma doença que vai muito além das manifestações cutâneas. O impacto emocional que acompanha o diagnóstico pode ser profundo, afetando a qualidade de vida dos pacientes. Mas será que uma doença de pele realmente precisa de ajuda psicológica? A resposta é sim.
“A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, sendo necessário, em alguns casos, o acompanhamento psicológico. Adoção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada, prática de atividade física e manejo do estresse, tem mostrado resultados positivos no controle da doença e na redução das crises”, reforça a dermatologista.
De fato, a relação entre a psoríase e a saúde mental pode ser bastante complexa. E, como não tem cura, os pacientes convivem com os sintomas ao longo da vida.
“Pessoas com psoríase apresentam maior risco de desenvolver ansiedade e depressão. Isso se deve, em parte, à aparência das lesões, que pode resultar em baixa autoestima, vergonha e até isolamento social”, complementa a psicóloga Ana Paula Ribeiro Hirakawa, do CEJAM.
Além disso, o estresse cotidiano pode intensificar as crises de psoríase, o que torna ainda mais crucial que o tratamento envolva não apenas medicamentos e cuidados dermatológicos, mas também o suporte psicológico.
“Com a ajuda de um psicólogo, o paciente pode desenvolver estratégias para gerenciar o estresse e evitar que emoções intensas prejudiquem sua saúde. A terapia permite que o paciente ressignifique sua autoimagem, ajudando a lidar melhor com as lesões e a evitar que a psoríase afete sua vida social e emocional de forma tão impactante”, afirma Ana Paula.
Adicionalmente, a psicóloga recomenda a formação de uma rede de apoio, através de amigos, familiares ou grupos especializados, como meio de potencializar o suporte emocional necessário para lidar com a doença de forma mais tranquila.
Sobre o CEJAM
O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Itu, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
No ano de 2024, a organização lança a campanha “366 Novos Dias de Cuidado, Amor e Esperança: Transformando Vidas e Construindo um Futuro Sustentável”, reforçando seu compromisso com o bem-estar social, a preservação do meio ambiente e os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no site da instituição.
Especialista do CEUB explica que doença pode ter relação com infecções, endometriose ou outras inflamações no sistema reprodutivo
Pouco mencionadas nas discussões sobre a saúde da mulher, as trompas de Falópio – ou tubas uterinas – são uma parte essencial do sistema reprodutor feminino que podem ser afetadas por problemas silenciosos, como a hidrossalpinge. Muitas mulheres descobrem essa condição, que geralmente não apresenta sintomas, durante exames de rotina ou em investigações sobre infertilidade. O ginecologista especialista em Reprodução Assistida e professor adjunto do curso de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Bruno Ramalho, explica como essa condição pode impactar a saúde feminina.
Segundo o especialista, a hidrossalpinge ocorre quando a tuba uterina se dilata e fica cheia de líquido. Diversos fatores podem causar danos e bloqueios na extremidade da tuba, resultando no acúmulo de líquido em seu interior. “Cirurgias pélvicas anteriores, infecções, endometriose ou outras fontes de inflamação são exemplos de situações que podem levar ao desenvolvimento da hidrossalpinge”, explica o professor. Embora costume ser um mal silencioso, Ramalho explica que dor pélvica e corrimento vaginal podem estar associados ao quadro, sendo que, nos casos de endometriose, a dor tende a ser relacionada mais à inflamação do que à dilatação propriamente dita.
Diante das suspeitas após o exame ginecológico, o docente do CEUB explica que o diagnóstico se dá por meio do exame de histerossalpingografia, pela ressonância magnética da pelve ou pela ultrassonografia transvaginal, essa nos casos mais volumosos. “Uma tuba comprometida já pode ser suficiente para provocar infertilidade, independentemente de sua dilatação”, ressalta.
Tratamento e gravidez
Além do risco aumentado de gravidez ectópica, que ocorre na própria tuba comprometida, hidrossalpinges volumosas podem dificultar a gravidez, até mesmo em mulheres que necessitam realizar o tratamento de fertilização in vitro. Por isso, segundo Bruno, o tratamento envolve, em muitos casos, a retirada da trompa afetada, uma vez que sua função já está comprometida. “Em outros casos, excepcionalmente, é possível realizar uma salpingostomia, que consiste na abertura cirúrgica da tuba – abordagem pode ter resultados limitados, com o risco alto de a condição retornar”.
O especialista do CEUB frisa que se a hidrossalpinge afetar apenas uma tuba, a outra pode estar funcional e permitir uma gestação espontânea. Nos casos mais graves, em que ambas as trompas estão dilatadas, as técnicas de reprodução assistida podem ser uma solução, pois dispensam a função das trompas. “Em situações de hidrossalpinge visível por ultrassonografia, geralmente se recomenda a remoção cirúrgica das trompas antes da transferência de embriões para o útero”, finaliza Ramalho.
Estudo do CEUB mapeia perfis psicossociais e analisa fatores cognitivos e afetivos do veganismo
O que leva quem consumiu produtos de origem animal desde o início da vida a se tornar vegano? Mais do que uma tendência alimentar, o veganismo – que propõe eliminar todas as formas de exploração animal – cresce como movimento social baseado em valores ideológicos. Cerca de 30 milhões de brasileiros (14% da população) se declara vegana ou vegetariana, de acordo com o Ibope Inteligência. Pesquisa de estudantes de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB) identificou por qual tipo de compromisso ético e quais fatores emocionais a adesão ao veganismo é impulsionada.
No estudo, Amanda Cavalcanti e Diego Moreira investigaram os fatores cognitivos e emocionais que sustentam esse estilo de vida. Enquanto emoções positivas, como alívio da culpa e sensação de paz, são importantes na manutenção do veganismo, revolta e culpa funcionam como gatilhos para a adoção do veganismo. “A coexistência de afetos positivos e negativos demonstra a complexidade da jornada vegana, que envolve tanto a busca por um estilo de vida ético quanto o enfrentamento das injustiças ambientais e sociais”, explica Diego Moreira.
A análise quantitativa avaliou a preponderância de afetos e crenças em argumentos contra e a favor do veganismo revelou que 85% dos argumentos a favor do veganismo tinham natureza ecocêntrica, enquanto 89,48% dos argumentos contrários eram pautados por crenças antropocêntricas. Portanto, a defesa do veganismo está fortemente embasada em valores que promovem a preservação ambiental, em oposição a argumentos que justificam a exploração dos recursos naturais em prol do benefício humano. “Quem adere ao veganismo é influenciado por ambos os tipos de crenças, mas a sustentabilidade predomina”, concluem Cavalcanti e Moreira.
Preocupação com o meio ambiente ganha destaque
O estudo revela que este é um resultado positivo, enquanto as escolhas antropocêntricas se destacam entre aqueles que se opõem em pensar em sustentabilidade. “Os achados reforçam a importância de conscientizar sobre o impacto ambiental das escolhas alimentares e incentivar discursos que evidenciem a interconexão entre seres humanos e a natureza”, refletem os autores.
A orientadora do projeto de iniciação científica e professora de Psicologia do CEUB, Lígia Abreu Cruz, menciona que, recentemente, a Sociedade Brasileira de Psicologia assinou um compromisso global com outras entidades de Psicologia, com o objetivo de contribuir para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Estudos como esse resultam em orientações práticas e baseadas em evidências sobre como promover campanhas para incentivar o veganismo, uma prática que, segundo o relatório da ONU sobre mudanças climáticas, está ligada à redução do consumo de produtos de origem animal.”
Metodologia da pesquisa
A primeira etapa do estudo consistiu na abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas e análise dedutiva dos dados, utilizando a metodologia de Minayo. Já na segunda etapa, os pesquisadores realizaram uma análise temática de conteúdo a partir de dados secundários, organizando-os em categorias como: comentários racionais, afetos positivos e negativos.
Em 2023, o número de óvulos congelados foi de 115 mil e, nos últimos 12 anos, o número de mulheres que se tornaram mães na faixa etária de 40 anos cresceu 65,7%
São Paulo, outubro de 2024 – O recente anúncio da gravidez da modelo Gisele Bündchen aos 44 anos acendeu o debate sobre a maternidade tardia. Assim como a modelo, outras celebridades como Sabrina Sato, Leandra Leal e Andreia Horta também optaram por ter filhos após os 40. A notícia coloca em evidência uma tendência crescente no Brasil e no mundo: a decisão de ter filhos após os 40 anos.
Segundo dados do IBGE, o número de mulheres que se tornaram mães nesta fase da vida aumentou 65,7% em 12 anos. Em 2023, o número de óvulos congelados foi de 115 mil, segundo dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), da Anvisa. Neste cenário, os tratamentos de reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro (FIV) e o congelamento de óvulos, podem ser poderosos aliados dos casais e das mulheres.
FIV: técnica que faz a vida acontecer
Se no passado a FIV foi idealizada para mulheres com a laqueadura das tubas uterinas, hoje se aplica as mais variadas alterações, como problemas graves de ovulação, no aborto de repetição, nas mulheres com baixa reserva ovariana, entre outras. Em qualquer destas situações maximiza as chances de uma gravidez, por meio da correta recuperação e seleção de óvulos e espermatozóides. O procedimento auxilia, ainda, os homens com baixa contagem de espermatozóides ou que passaram por cirurgia de vasectomia para evitar filhos e se arrependeram. Inclusive a FIV ajuda os casais homoafetivos ou mulheres que optam pela maternidade independente.
“A FIV vem apresentando importantes avanços ao longo dos anos, auxiliando mulheres com dificuldades para engravidar e propiciando uma alternativa real para tratar seus problemas”, afirma Dra. Claudia Padilha, especialista em reprodução assistida, co-diretora médica do Grupo Huntington.
A FIV garante 100% de gravidez?
De acordo com a especialista, embora seja a mais eficaz das técnicas de reprodução assistida disponíveis, não existe garantia de gravidez. “As taxas de sucesso são elevadas comparadas às chances naturais, mas ainda assim limitadas. Não há como falar em garantia”.
Em uma mulher de até 34 anos, após três tratamentos de FIV, as chances de engravidar são as mesmas que uma mulher sem qualquer problema de fertilidade, na mesma faixa de idade, teria após um ano de tentativas. “Isto não significa que a paciente precisará repetir o procedimento três vezes, já que ela poderá engravidar na primeira tentativa. Mas é preciso ter em mente que a natureza necessita de várias tentativas mensais para alcançar uma gravidez. Em um ano tentando uma gravidez natural, seriam 12 ciclos menstruais e várias tentativas por ciclo”, explica a médica.
A dra. Cláudia destaca que a taxa de sucesso dependerá de diversos fatores, principalmente da idade materna, que afeta a qualidade e quantidade dos óvulos. Assim como a qualidade do sêmen, que também é reduzida nos homens com mais de 50 anos.
“Por isso não se pode demorar demais para buscar a ajuda de um especialista em reprodução assistida, quando o casal não consegue engravidar naturalmente”, diz a especialista. Nas mulheres de até 35 anos, pode-se tentar até um ano. Depois dessa idade, o aconselhado é procurar ajuda no máximo após seis meses de tentativas naturais.
Inteligência Artificial aumenta chances de sucesso
O Grupo Huntington conta com a sua Inteligência Artificial, a MAIA (Modelo de Análise Inteligente Avançada), para aumentar as taxas de sucesso de FIV. Desde sua implementação, a MAIA já atendeu 980 pacientes, marcando o início de uma nova era na medicina reprodutiva no Brasil. “Nossa IA é capaz de processar um volume massivo de dados com uma precisão e velocidade inigualáveis pelo olho humano”, explica Mariana Nicolielo, coordenadora do laboratório de embriologia da Huntington. “Isso nos permite identificar com maior eficácia os embriões com maior potencial de gerar uma gestação bem-sucedida.”
A MAIA utiliza algoritmos de aprendizado profundo para analisar imagens de embriões capturadas por um sistema time-lapse de última geração. Esta tecnologia permite o monitoramento contínuo de até 240 embriões simultaneamente, registrando seu desenvolvimento a cada 10 minutos, sem necessidade de manipulação externa.
O que diferencia a IA da clínica é seu desenvolvimento 100% nacional e sua customização para a realidade brasileira. O sistema foi treinado com milhões de imagens do próprio banco de dados da Huntington, considerando as particularidades da população local e as diversas causas de infertilidade.
“O sistema é acoplado a incubadora embryoscope e foi desenvolvido ao longo de cinco anos de investimento em P&D. Diferentemente de outras soluções que buscam características e informações de outros países, a MAIA trabalha com dados próprios, por meio do rankeamento dos embriões coletados na Huntington. Isso a torna uma ferramenta de auxílio única para nossa equipe definir com maior eficácia qual embrião será utilizado”, acrescenta Nicolielo.
Congelamento de óvulos
O congelamento de óvulos é outra técnica da medicina reprodutiva que ganhou evidência nos últimos anos e vem permitindo que as mulheres realizem o sonho da maternidade após os 40 anos. “Até os 30 anos, as mulheres apresentam seu pico de fertilidade. A partir desse período, ela começa a declinar gradualmente e se acentua após os 35 anos – e mais ainda depois dos 40”, detalha a Dra. Cláudia Gomes Padilla.
O congelamento de óvulos permite que seja possível ter filhos muitos anos depois do fim da idade fértil, por meio de técnicas de reprodução assistida como a FIV.
Quanto mais nova for a mulher que fizer o procedimento, maior a quantidade e melhor a qualidade dos óvulos. “O congelamento de óvulos ajuda a aliviar o estresse que acomete muitas mulheres quando observam que seus relógios biológicos estão correndo. Optar pelo procedimento ‘paralisa’ esse relógio e proporciona que a mulher tenha as mesmas chances de engravidar no futuro considerando a idade em que fez o congelamento.
Sobre a Huntington Medicina Reprodutiva
A Huntington atua há 29 anos como especialista em medicina reprodutiva, sendo nacionalmente reconhecida pela excelência médica, pioneirismo e inovação para ofertar aos pacientes tratamentos com critérios internacionais de qualidade.
Os procedimentos são para tratamento de infertilidade masculina, feminina e do casal divididos em aconselhamento genético, coito programado, congelamento de óvulos, doação de gametas, tratamento de endometriose, espermograma, fertilização in vitro, inseminação intrauterina, oncofertilidade, tecnologia time-lapse e procedimentos para casais homoafetivos.
Atualmente, a Huntington faz parte do Grupo Eugin, referência mundial em reprodução assistida. São mais de 1500 profissionais e 30 clínicas ao redor do mundo, em 9 países.
Deputado estadual descobriu o câncer em julho deste ano; Doença é mais comum em pessoas acima de 60 anos
Nesta segunda-feira, 28 de outubro, Eduardo Suplicy, de 83 anos, revelou que está em tratamento contra um linfoma não Hodgkin, tipo de câncer que afeta as células do sistema linfático. O deputado estadual recebeu o diagnóstico em julho deste ano.
A doença, considerada rara e agressiva, foi descoberta logo no início, o que melhora o prognóstico do tratamento. Suplicy está realizando imunoquimioterapia, combinando medicamentos endovenosos tradicionais com drogas que estimulam o sistema imunológico a atacar às células cancerígenas.
Na última década, o termo Linfoma ganhou as manchetes após uma série de personalidades famosas revelarem o diagnóstico da doença. E não é à toa que ouvir falar sobre esse tipo de câncer está mais comum: no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2023-2025 sejam diagnosticados 12.040 de linfoma não Hodgking e 3.080 casos de linfoma de Hogdking. E, segundo a entidade, por motivos ainda desconhecidos, o número duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Observatório de Oncologia, entre 2008 e 2017, foi mostrado que o linfoma costuma ser diagnosticado tardiamente no Brasil. Cerca de 58% dos pacientes descobrem a doença em estágio avançado e 60% dos homens e 57% das mulheres têm um diagnóstico tardio.
Mas, do que se trata esse tipo de tumor?
De forma simplificada, os linfomas podem ser classificados como Hodgkin, mais raro e que afeta em especial jovens entre 15 e 25 anos e, em menor escala, adultos na faixa etária de 50 a 60 anos, ou não-Hodgkin, cujo grupo de risco é composto por pessoas na terceira idade (mais de 60 anos), como é o caso de Suplicy. Para Mariana Oliveira, onco-hematologista da Oncoclínicas São Paulo, apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, a chave para deter a evolução progressiva do tumor é o conhecimento. “A boa notícia é o fato de os linfomas terem alto potencial curativo. O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no processo terapêutico, por isso o esclarecimento à população é essencial”, afirma.
Sintomas e tratamento
Os sintomas em geral são aumento dos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo, febre e, eventualmente, pode acometer órgãos como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.
“As duas categorias – Hodgkin e não-Hodgkin -, contudo, apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades”, explica Mariana Oliveira.
Em certos casos, terapias alvo-moleculares, que tem como meta de ataque uma molécula da superfície do linfócito doente, podem ser indicadas. “Estas proteínas feitas em laboratório atuam como se fosse um ‘míssil teleguiado’ – que reconhece e destrói a célula cancerosa do organismo”, ressalta o médico. Ainda, dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea.
Diante dos desafios impostos pela crescente incidência da doença, novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para combater os linfomas, especialmente para os que não respondem aos tratamentos convencionalmente indicados. “A medicina tem avançado nos últimos anos principalmente através da terapia celular”, afirma a especialista.
Ela conta que o autotransplante, tratamento no qual é realizada uma quimioterapia mais intensa seguida pela infusão da medula do próprio paciente, é uma delas. A terapia com imunoterapia é outra. Com bons resultados apontados por estudos e pesquisas de referência global, o tratamento estimula o organismo do paciente a reconhecer e combater as células tumorais. “De forma bastante simplificada, podemos dizer que os imunoterápicos desativam os receptores dos linfócitos e, assim, permite que as células doentes sejam reconhecidas. Isso faz com que o organismo volte a combater o tumor – e sem causar efeitos colaterais comuns a outras medicações habitualmente adotadas nos processos terapêuticos”, finaliza Mariana Oliveira.
Sobre a Oncoclínicas&Co
Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico, oferece um sistema completo que integra clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade. Conta com 142 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso de qualidade em todas as regiões que atua, alinhados aos padrões dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com foco em tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas realizou aproximadamente 635 mil tratamentos em 2023. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, em Cambridge, Estados Unidos, e participação na MedSir, dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer, em Barcelona, Espanha. Recentemente, expandiu sua atuação para a Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando a missão de vencer o câncer para um novo continente e proporcionando cuidados oncológicos em escala global, ao combinar a hiperespecialização oncológica com abordagens inovadoras de tratamento.
A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça.
Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com
O Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, destaca a importância do diagnóstico precoce através do autoexame. No entanto, a jornada de quem enfrenta a doença vai muito além dos exames. No Brasil, milhares de mulheres são diagnosticadas com câncer de mama a cada ano, e o tratamento, além de exigir cuidados físicos, impacta profundamente a saúde mental. Com esse foco, a psicóloga Sarah Rebeca Barreto ressalta a importância de um cuidado integral, que abrange corpo, mente e espírito.
Para ajudar as mulheres a navegarem por esse momento desafiador, a psicóloga lista algumas dicas fundamentais:
- Aceite os sentimentos: É normal sentir medo, ansiedade, tristeza e raiva. Negar esses sentimentos pode dificultar o processo de cura.
- Busque apoio: Converse com familiares, amigos e profissionais de saúde sobre o que está sentindo. Participar de grupos de apoio pode ser muito útil para compartilhar experiências e se sentir acolhida.
- Mantenha uma rotina: Tente manter uma rotina o mais normal possível, incluindo atividades que você gosta, como ler, ouvir música ou praticar exercícios físicos.
- Cuide da alimentação: Uma alimentação equilibrada fortalece o sistema imunológico e contribui para o bem-estar geral.
- Pratique técnicas de relaxamento: A meditação, a yoga e a respiração profunda podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.
- Procure ajuda profissional: Um psicólogo pode oferecer ferramentas e estratégias para lidar com as emoções e os desafios do tratamento.
“É fundamental que as mulheres entendam que cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física durante o tratamento do câncer. Se cercar de uma rede de apoio, buscar ajuda profissional e praticar autocuidado são atitudes que podem fazer toda a diferença nesse processo. A saúde mental é um pilar fundamental para a cura e para uma melhor qualidade de vida”, afirma a psicóloga Sarah Rebeca Barreto (CRP 11.17952).
Ao longo do tratamento, é comum que as mulheres experimentem altos e baixos emocionais. A profissional ressalta a importância de ter paciência consigo mesma e celebrar cada pequena vitória. Com o apoio adequado, é possível superar os desafios e encontrar forças para seguir em frente.
Complexidade das relações familiares e suas implicações nas heranças de entes falecidos
Recentemente, dois casos de herança envolvendo figuras públicas chamaram a atenção da mídia, revelando diferentes facetas do direito sucessório brasileiro: os de Cid Moreira e Gal Costa. Os casos ressaltam as nuances do direito sucessório no Brasil, onde questões de herança frequentemente expõem as tensões familiares e os limites da lei.
No caso de Cid Moreira, o apresentador deserdou seus filhos, Rodrigo e Roger Moreira, com base no conceito de indignidade previsto no Código Civil. Esse princípio legal permite a exclusão de herdeiros quando há quebra significativa do respeito e dos deveres familiares.
O episódio levantou discussões sobre como a lei pode ser utilizada para preservar a dignidade da memória do falecido, evidenciando as complexas dinâmicas familiares que surgem em disputas patrimoniais. A decisão final desse processo irá determinar se a justiça brasileira entenderá que os filhos de Cid Moreira cometeram atos que justificam sua exclusão do testamento.
Vale destacar que casos como homicídio doloso ou tentativa de homicídio contra o falecido; acusação caluniosa de crime punível com reclusão; ofensa física grave; injúria grave, entre outras condutas gravemente desonrosas são algumas das possíveis justificativas para aplicação da indignidade.
O caso de Cid Moreira se torna mais complexo devido ao fato de que, embora o mesmo tenha alegado injúria grave por parte dos filhos, Roger e Rodrigo, os quais teriam difamado sua esposa, imputando-lhe crimes e acusando-a de desviar recursos, os testamentos exigem fundamentação sólida e provas incontestáveis para evitar questionamentos judiciais que exigem provas concretas dos atos de difamação e injúria. Se os filhos comprovarem que a esposa de Cid dilapidou o patrimônio com intenção de prejudicar a herança, o Judiciário pode julgar procedente a ação de sonegados, ou seja, devolver os bens ocultados ao inventário para posterior partilha.
Por outro lado, o caso da herança da cantora Gal Costa envolveu uma disputa entre seu filho adotivo, Gabriel, e sua companheira, Wilma Petrill. O filho adotivo, por ter os mesmos direitos de um filho biológico, era herdeiro necessário, enquanto Wilma, como companheira da cantora, também tinha direito à sua meação – que é a metade do patrimônio do casal – sobre os bens adquiridos na constância da união estável.
O acordo foi resolvido extrajudicialmente, ou seja, sem a necessidade de intervenção judicial, por meio de uma divisão consensual dos bens. Wilma ficou com a propriedade onde vivia com Gal e uma parte do patrimônio, enquanto Gabriel recebeu parte do acervo artístico da mãe e uma quantia financeira. Essa solução evita o prolongamento de litígios, respeita os direitos legais de ambas as partes e garante uma divisão justa conforme os princípios do direito sucessório brasileiro.
Esses dois casos, além de expor as complexidades das relações pessoais, evidenciam o papel do direito sucessório em organizar essas disputas com base em critérios legais bem definidos. Eles também ilustram diferentes aplicações do direito sucessório: o de Cid Moreira destacando o conceito de indignidade como forma de exclusão de herdeiros, e o de Gal Costa mostrando a importância da meação e do reconhecimento de herdeiros necessários. Ambos reforçam a relevância de soluções jurídicas que garantam tanto o respeito aos direitos legais quanto a preservação da memória e da justiça nas relações familiares
Pontos relevantes sobre herança
O conceito mais importante a ser compreendido em casos de herança é o de herdeiros necessários e a ordem de sucessão estabelecida pelo Código Civil. Herdeiros necessários incluem descendentes (filhos, netos), ascendentes (pais, avós) e o cônjuge ou companheiro, que têm direito a pelo menos 50% dos bens do falecido, independentemente da existência de um testamento. Esses herdeiros não podem ser deserdados, salvo em casos excepcionais, como a indignidade ou deserdação por comportamento previsto em lei (ex.: maus-tratos, crimes contra o autor da herança).
Outro aspecto fundamental é a distinção entre bens particulares e bens comuns, especialmente em uniões estáveis ou casamentos. O cônjuge ou companheiro tem direito à meação dos bens adquiridos na constância da união estável, dependendo do regime de bens adotado. Esse direito, no entanto, pode gerar equívocos sobre a extensão do patrimônio partilhado, e uma análise criteriosa dos bens envolvidos é crucial para evitar disputas.
Adicionalmente, a existência de um testamento pode influenciar a partilha, mas ele não pode violar os direitos dos herdeiros necessários. Em muitos casos, acordos extrajudiciais têm se mostrado soluções eficazes para evitar longos e custosos processos judiciais, permitindo que as partes cheguem a um consenso mais rápido.
Neste sentido, é importante entender que muitas disputas de herança podem ser evitadas se o planejamento sucessório for feito de forma estratégica e com o devido amparo legal. Isso permite tanto resguardar a vontade do autor da herança quanto garantir a preservação das relações familiares, minimizando conflitos e incertezas que geralmente acompanham esses processos.
*** Raquel Fabiana Câmara Grieco é advogada no escritório Bosquê advocacia.