Notas Rápidas
Laboratório de Criação em Cultura Alimentar, área de pesquisa da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, promove discussão sobre alimentação nos contextos de raça e gênero
O Laboratório de Criação em Cultura Alimentar, programa de pesquisa da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB), equipamento da Secretaria da Cultura (Secult), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), promoverá uma atividade formativa online, nos dias 19 e 20 junho, sobre “Afrobrasilidades gastronômicas”. Para participar, os interessados devem inscrever-se no site gastronomiasocial.org.br, até 19 de junho, e aguardar um e-mail com as informações de acesso ao curso. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição.
A atividade gratuita tem como objetivo promover discussões amplas sobre alimentação, considerando os contextos de raça e gênero, visando enriquecer a formação contínua em cultura alimentar. A facilitadora deste evento é Lourence Alves, doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela UERJ, mestre em História das Ciências e da Saúde pela Fiocruz, e bacharel em Gastronomia pela UFRJ e em História pela UERJ. Lourence é professora e pesquisadora no Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal da Bahia, com enfoque em estudos afrocentrados na Gastronomia e Alimentação, abordando questões culturais, religiosas de matriz africana, interseccionalidades e contra-colonialidade.
“As atividades formativas do Laboratório possibilitam a pesquisadores e interessados, já que os cursos são abertos ao público, a oportunidade de partilhar experiências e discussões com professores sensíveis ao processo de criação, pesquisa, desenvolvimento e inovação, que reverbera e valoriza a cultura alimentar”, afirma Vanessa Moreira, coordenadora de cultura alimentar da EGSIDB.
Lourence Alves:
Lourence Alves é doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela UERJ, mestre em História das Ciências e da Saúde pela Fiocruz, e bacharel em Gastronomia pela UFRJ e em História pela UERJ. É professora e pesquisadora do Dep. de Ciência dos Alimentos no curso de Gastronomia da Universidade Federal da Bahia. Desenvolve estudos, formações e projetos em perspectiva afrocentrada na área da Gastronomia e Alimentação, em seus diálogos com a cultura, religiosidades de matrizes africanas, interseccionalidades e contra colonialidade. É colaboradora da Oriki Editora, mãe de Carolina Maria, filha de Iemanjá, poeta e escritora.Sobre a Escola
Equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB) é gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM) e integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará). O centro de formação, inaugurado em 2018 no bairro Cais do Porto (Fortaleza), é um espaço formativo que associa ensino, pesquisa e compromisso social, reconhecendo a riqueza da forma de se alimentar do cearense, os diversos tipos de saberes, a cadeia de produção, promovendo a inovação de produtos, incentivando o empreendedorismo social, qualificando para o mercado de trabalho e contribuindo para o combate à fome por meio de cursos gratuitos de longa e curta duração, que acontecem na sede da Escola e no interior do Ceará.Serviço
Atividade formativa – Afrobrasilidades Gastronômicas: cultura alimentar, raça e gênero.
Inscrições: Até dia 19 de junho ou preenchimento das vagas no site: https://gastronomiasocial.org.br/inscreva-se-atividade-formativa-afrobrasilidades-gastronomicas-cultura-alimentar-raca-e-genero/
Aulas: Dias 19 e 20, das 16h às 19h30.
Redes Sociais: @escolagastronomiasocial
Dúvidas ou mais informações, entre em contato pelo WhatsApp (85) 98439-4964 ou pelo e-mail cultura.alimentar.egsidb@idm.org.br.
O espetáculo “Uma valsa com sabor de loucura”, de autoria do saudoso dramaturgo Eurico Bivar, volta aos palcos na programação do XV Festival de Teatro de Fortaleza (FTF). A apresentação acontecerá na terça-feira, 21 de junho, às 19h, no Teatro do CUCA Pici. A entrada é gratuita.
O texto faz parte da trilogia inspirada nas obras de Chico Buarque. A trilogia tem início com o texto: “As meninas da flor da idade”, em sequência o texto “A saga de um pivete chamado Jesus” e finaliza com “Uma valsa com sabor de loucura” monólogo (solo) que conta a história de uma mulher em busca de se reconhecer e aceitar a velhice, revisitando velhos traumas de uma vida sofrida de uma infância pobre e uma juventude como dama da noite. Dores profundas não curadas, deixando ao espectador a reflexão de várias respostas sobre sua história, imaginário ou loucura? Trazendo a importante abordagem sobre etarismo, aceitação, compulsões e saúde mental. O enredo apresenta várias camadas, em uma delas o relato de um antigo amor, que segundo ela se torna a musa inspiradora de Chico Buarque para as músicas “Valsinha” e “Gesubambino (Minha História)” .
Encenado desde 2011 pela Companhia Boca d’ Cena – Eventos & Produções com a atriz Monique Gonçalves, em 2024, o espetáculo retorna com nova roupagem e terá a participação especial da grandiosa atriz “Jane Azeredo que aos 79 anos segue transbordando talento nos palcos. A direção é do ator, diretor e produtor, preto e PCD, Lucivan Moura.
Uma valsa com sabor de loucura” já rendeu prêmios como: melhor atriz, melhor figurino, melhor diretor e melhor texto adaptado (em festivais de curtas) além de várias convites de apresentação como a semana cultural do SESC em 2011 homenageando ao autor Eurico Bivar que também foi professor da casa. Em 2013 o espetáculo foi apresentado no Teatro Rosa de Morais Crateús/CE, participou dos festivais: Festfor, Festival Nacional de Solos e Danças Brasileiro (Palmas Produções), Mostra do Estudante, Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, como apresentação convidada em 2015, e no XII FTF em 2016.
Serviço
Espetáculo “Uma valsa com sabor de loucura”
Teatro do CUCA PICI
Endereço: Rua Coronel Matos Dourado, 1499 – Pici, Fortaleza-CE
Dia 21 de junho
Horário: 19h
Classificação: 16
Gratuito
Investir na educação no exterior pode ser um passo crucial para alcançar metas e objetivos profissionais. Para aqueles que consideram avançar sua formação acadêmica nos Estados Unidos, o visto F-1, destinado a estudantes, é uma das principais opções para aproveitar as oportunidades educacionais no país. O visto F-1 é essencial para quem pretende se dedicar aos estudos nos EUA. Este visto é indicado para ingresso em graduações, pós-graduações ou cursos mais extensos e específicos. É uma primeira aproximação que pode ser fundamental para o estudante entender se deseja aprimorar sua carreira ou mesmo migrar para o país após os estudos.
Para manter a legalidade durante o período de estudo, é crucial ter um desempenho acadêmico satisfatório e comparecer regularmente às aulas. Além disso, é necessário obter uma carta de admissão de uma instituição de ensino credenciada pelo Programa de Visitantes de Intercâmbio Estudantil (SEVP), essencial para iniciar o processo de solicitação do visto F-1.
“Manter laços sólidos com o país de origem é outro requisito importante, garantindo ao governo dos EUA que o retorno ao Brasil seja assegurado após a conclusão dos estudos. Esses vínculos podem ser comprovados por meio de emprego estável, propriedades ou laços familiares estabelecidos. Demonstrar capacidade financeira para cobrir os custos educacionais e despesas adicionais durante toda a estadia nos Estados Unidos, sem depender de emprego no país, é também uma exigência. Embora seja possível trabalhar com o visto F-1, existem normas e limitações a serem seguidas. A proficiência em inglês é essencial, a menos que o estudante esteja matriculado em um curso de inglês. Muitas vezes, a comprovação dessa habilidade é requerida através de testes reconhecidos como o TOEFL ou IELTS. Os cursos de graduação e pós-graduação exigem que o aluno tenha compreensão da língua para que consiga acompanhar o curso”, explica Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos EUA, Portugal e Brasil.
O visto F-1 normalmente é válido durante todo o período do curso. Após a conclusão dos estudos, o estudante tem um período de carência de 60 dias para deixar o país ou solicitar uma extensão do visto até um ano de trabalho na área de estudo ou por até 24 meses para estudantes em áreas específicas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), proporcionando mais tempo para o desenvolvimento de habilidades profissionais.
“Após a conclusão dos estudos, é possível buscar a residência permanente por meio do visto mais adequado. Existem várias opções. O importante é buscar a que melhor te atenda. Estudar nos Estados Unidos pode ser a chave para um futuro promissor, e o visto F-1 é o primeiro passo para tornar esse sonho realidade”, orienta Bicalho.
Documentos necessários para um pedido de Visto F-1
• Passaporte válido;
• Graduação ou diplomas anteriores;
• Registros recentes de emprego, incluindo pagamentos e outras comprovações de pagamento;
• Carta de aceite da instituição de ensino;
• Formulário L-20;
• Formulário DS-160;
• Formulário L-901.A EMPRESA
A Bicalho Consultoria Legal é uma empresa com ampla experiência em processos migratórios para os Estados Unidos, com escritórios no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos. Oferece soluções para empresas e empreendedores e profissionais liberais, que englobam assessoria jurídica, consultoria nas áreas empresarial, tributária e trabalhista, e planejamento patrimonial, auxiliando a internacionalizar negócios e carreiras. Conta com um corpo experiente e multidisciplinar de profissionais. Mais informações disponíveis no site https://bicalho.com e nas redes sociais: @bicalhoconsultoria (Instagram), @BicalhoConsultoriaLegal (YouTube) e Bicalho Consultoria Legal (Facebook).
Sempre atualizando com hits e ótimas produções, Thiago Aquino apresenta sua mais nova música, “Toc Toc”. A canção, que aborda a temática de rejeitar a ex arrependida e seguir em frente com um novo relacionamento, já está disponível em todas as plataformas digitais. Este lançamento consolida ainda mais a posição de Thiago como um dos principais expoentes do arrocha e afirma sua capacidade de se destacar entre os artistas de sua geração.
Para completar a novidade, o cantor também lançou o videoclipe de “Toc Toc”, cuja produção visual complementa a história da canção. O vídeo mostra uma ex que, arrependida, tenta reatar o relacionamento, enquanto a letra revela que o protagonista já está seguindo em frente com outra pessoa. Com uma mistura de emoção e superação, o videoclipe já está disponível no canal oficial do cantor no YouTube.
A música retrata alguém sendo procurado pela ex que se arrependeu e deseja voltar. A letra descreve a ex como esperançosa, mas ele deixa claro que não deseja reatar, aceitando que ela siga feliz, mas sem espaço para um retorno. Ele menciona já ter encontrado outra pessoa e decide não reabrir essa porta, apesar das tentativas dela.
Distribuída pela Sua Música Digital, “Toc Toc” chega para enriquecer o repertório mais gostoso do Brasil. A produção vai conquistar os fãs do artista, que recentemente alcançou a impressionante marca de 1 bilhão de streamings em sua carreira. Com este novo lançamento, o cantor segue firme rumo a novos patamares e promete muitas outras novidades.
O clima junino toma conta das lojas da rede. Atrações de juntam a cardápio junino na gastronomia, que tem pratinho, bolos, canjica e diversas outras delícias
O clima de São João segue tomando conta das lojas do Supermercado Pinheiro. A segunda quinzena do mês de junho terá ações do Arraiá do Bom, com apresentações de quadrilhas e muito forró. As unidades recebem ainda o “Chefinho do Bom”, que ensinará a criançada a produzir deliciosos brigadeiros juninos. Além disso, as lojas seguem oferecendo um cardápio todo especial na gastronomia, com o tradicional pratinho e guloseimas como bolo pé de moleque, bolo de milho, cocada, canjica e outras delícias típicas do período.
O Arraiá do Bom se inicia em Limoeiro do Norte, na terça (18), com apresentação da Quadrilha Junina Evolução, a partir das 19 horas. Já no dia 20 (quinta), novamente a loja de Limoeiro do Norte recebe uma edição do evento, desta vez com a Quadrilha Melhor Idade, também às 19h. Fechando a semana, o sábado (22), terá muito forró nas lojas da Avenida Antônio Sales (Fortaleza), Aquiraz e Quixadá, de 10h às 13h.
Por sua vez, o “Chefinho do Bom”, voltado para o público infantil e família, prossegue com oficinas de produção do delicioso brigadeiro de milho verde, paçoca e pé de moleque. O calendário prevê ações até o final de junho em diversas lojas.
“A tradição das quadrilhas juninas e forró move o sentimento do cearense pelo São João. Já realizamos apresentações há alguns anos e é algo muito pedido pelos clientes. Promover ações como essa reforça nosso laço de Bom Vizinho com os consumidores das lojas” destaca Alexandre Pinheiro, diretor Comercial do Supermercado Pinheiro.
Todas as lojas seguem com o espaço “Monte seu Pratinho” na sessão de gastronomia. Oportunidade de se deliciar com vatapá, creme de galinha, paçoca, baião e outras delícias juninas. Além disso, há barraquinhas vendendo outras gostosuras típicas do período, como bolo de milho, pé de moleque e paçoca.
Arraiá do Bom
18/06 – Limoeiro: Quadrilha Junina Evolução a partir das 19h
20/06 – Limoeiro: Quadrilha Melhor Idade a partir das 19h
22/06 – Antonio Sales: forró de 10h às 13h
22/06 – Aquiraz: forró de 10h às 13h
22/06 – Quixadá: forró 10h às 13h
Chefinho Kids
18/06 – Rogaciano Leite – às 17 horas
18/06 – Antônio Sales, às 15 horas
18/06 – Washington Soares, às 17 horas
20/06 – Quixeramobim, às 17 horas
20/06 – Quixadá, às 17 horas
24/06 – Mondubim, às 17 horas
24/06 – Praia de Iracema, às 15 horas
25/06 – Messejana, às 16 horas
25/06 – Aracati, às 17 horas
26/06 – Aquiraz, às 17 horas
27/06 – Tianguá, às 16 horas
27/06 – Acaraú, às 16 horas
Sorteios
Além dos festejos e gastronomia, o Supermercado Pinheiro segue com sua campanha de aniversário, que promove sorteios semanais de vale-compras de até R$ 1.000,00, culminando com o último sorteio, de um carro 0 km, no dia 05 de agosto. O veículo atualmente, está exposto na loja de Tianguá.
A participação acontece de maneira simples: os clientes com cadastro completo no PIN Clube, o Clube de Vantagens do Supermercado Pinheiro, receberão um número da sorte a cada R$ 100,00 em compras, que garante participação nos sorteios semanais. Os vencedores de cada semana são divulgados às sextas-feiras, nas mídias sociais da rede.
Produtos de marcas parceiras da ação estarão destacados nas lojas e poderão aumentar a quantidade de números da sorte dos clientes. Aqueles que não forem membros do programa podem realizar o cadastro no site do pinclube.com.br, de modo fácil e gratuito. Os clientes Pin Clube têm descontos exclusivos em produtos nas lojas físicas e online; ofertas personalizadas; e meia entrada no Cine Bom Vizinho.
Cupom do bom… novidade
Ainda como parte da campanha de aniversário, o Supermercado Pinheiro iniciou a operação de totens de ofertas do PIN Clube nas lojas da rede, a ferramenta é uma iniciativa inovadora no segmento, trazendo ofertas exclusivas e personalizadas para os clientes PIN Clube através da digitação do CPF cadastrado no programa.
Sobre o Supermercado Pinheiro
Há 33 anos atendendo ao mercado cearense, o Supermercado Pinheiro é uma das maiores redes varejistas locais. Mantém um total de 23 lojas, um centro de distribuição, 13 salas de cinema, seis parques infantis e um shopping center, nos municípios de Fortaleza, Acaraú, Aquiraz, Aracati, Itapipoca, Limoeiro do Norte, Maranguape, Sobral, Quixeramobim (Pinheiro Ofertão), Quixadá, Tianguá e Cruz.
Confira mais no site http://www.supermercadopinheiro.com.br e @supermercadopinheirooficial no Instagram.
Podem ser inscritos conteúdos jornalísticos relacionados a transporte e logística publicados entre 8 de agosto de 2023 e 5 de agosto de 2024
A maior e mais longeva premiação jornalística do Brasil, o Prêmio CNT de Jornalismo 2024, está com inscrições abertas.
Com o tema “O Futuro em Pauta”, a 31ª edição do Prêmio volta o seu olhar a práticas sustentáveis que contribuem para um futuro mais promissor destinado às próximas gerações.
Podem ser inscritos, até as 18h do próximo dia 5 de agosto, conteúdos jornalísticos com pautas relacionadas ao setor de transporte e logística que tenham sido publicados no período de 8 de agosto de 2023 a 5 de agosto de 2024.
As matérias devem se enquadrar em uma das sete categorias: Áudio (para matérias de rádio e podcasts); Fotojornalismo, Impresso, Internet, Meio Ambiente e Transporte e Vídeo (para reportagens e documentários veiculados na TV e em plataformas de streaming); e Comunicação Setorial (para trabalhos jornalísticos das entidades representativas do setor de transporte – federações, sindicatos e associações).
Os melhores trabalhos concorrerão ao Grande Prêmio (R$ 60 mil) e às premiações por categoria (R$ 35 mil cada).
A triagem dos trabalhos validados é realizada por um grupo de jornalistas com experiência acadêmica, que definem os finalistas da edição. Em seguida, os vencedores são selecionados por uma comissão composta por quatro jornalistas renomados da imprensa nacional e um especialista em transporte.
As avaliações serão baseadas em cinco critérios: impacto no setor de transporte e para os transportadores; excelência editorial; importância social; criatividade e originalidade; e pertinência atual. Os resultados serão divulgados em novembro.
Especialista em Nutrição do CEUB recomenda agregar opções saudáveis para obter benefícios nutricionais dos pratos típicos
A festa junina é uma celebração cultural que traz uma diversidade de alimentos e receitas populares entre as regiões do Brasil. Feitos com ingredientes provenientes da colheita feita pelo homem do campo, o cardápio junino oferece uma série de opções energéticas para o público festejar e se aquecer do frio. Paloma Popov, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB) e mestre em Nutrição, explica os benefícios nutricionais dos pratos típicos, indicando complementos que agregam sabor e geram saciedade.
Entre os alimentos mais consumidos, o milho cozido, a batata doce e o amendoim são ricos em carboidratos, fornecendo bastante energia para o organismo. De acordo com a nutricionista, o milho e a batata doce contém fibras que auxiliam no bom funcionamento intestinal, enquanto o amendoim é uma fonte de lipídios, as chamadas gorduras boas. “No caso do amendoim, o ideal é consumir com moderação, evitando adições excessivas de açúcar. Os doces típicos derivados da oleaginosa, como pé de moleque e paçoca, são clássicos juninos, porém requerem atenção pelo alto nível de gordura”, explica a especialista.
Para aquecer o estômago nas noites frias de festa, os caldos de legumes e proteínas são sempre uma ótima pedida. O caldo verde e o caldo de feijão também são bastante consumidos nessa época. Paloma destaca que além de trazerem conforto no período mais frio do ano, eles oferecem uma fonte adicional de proteínas. “Os caldos são super versáteis e a inclusão de legumes e verduras contribui para enriquecer o valor nutricional das preparações, fornecendo vitaminas e minerais essenciais”, revela Popov.
Quanto à utilização de ingredientes como mandioca, abóbora e coco nas receitas, a docente do CEUB explica que a abóbora, por exemplo, é rica em vitaminas, enquanto a mandioca fornece carboidratos naturais. Popov também destaca o coco, que pode ser utilizado em diversas preparações de doces, bolos e até pratos salgados, agregando sabor e nutrientes.
Sem medo de aproveitar a festa e obter vantagens significativas para a saúde, a especialista sugere substituir frituras por opções assadas ou grelhadas: “Ao optar por pastéis assados no lugar de fritos, reduz-se a quantidade de gorduras e calorias consumidas”. Outra dica é sempre aliar legumes e verduras às opções escolhidas, para garantir um valor nutricional mais equilibrado.
No caso dos doces, Paloma Popov ressalta que, embora muitas sobremesas típicas juninas sejam à base de açúcar, é possível desfrutar dessas delícias com moderação. “A combinação de frutas como acompanhamento, no fondue de chocolate meio amargo, proporciona uma mistura de sabores e nutrientes, como água, antioxidantes, vitaminas, minerais e fibras das frutas. São alternativas interessantes para complementar a alimentação e aproveitar os sabores do período festivo”, completa.
Especialista do CEJAM explica como a ação pode ajudar pessoas com anemia e leucemia, além de outros quadros de saúde
O mês de junho é marcado por duas importantes campanhas de saúde no Brasil: Junho Vermelho e Laranja. Ambas têm como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue e medula óssea, essenciais para o tratamento de doenças graves, como anemia e leucemia.
De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, são coletadas cerca de 3,6 milhões de bolsas de sangue por ano no Brasil, o que corresponde ao índice de 1,8% da população realizando doações nesse período. Embora esses números estejam dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), eles ainda são considerados baixos, e acendem um alerta.
“A doação de sangue é um ato simples e rápido, mas que pode salvar muitas vidas. Cada bolsa doada pode beneficiar até quatro pessoas, ajudando no tratamento de diversas condições médicas, incluindo cirurgias, acidentes e doenças”, afirma o Dr. Gilberto Kobashikawa, hematologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
Dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde apontam que 25% da população brasileira sofre de anemia, independentemente da origem. Quanto à leucemia, em 2024, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê mais de 11 mil novos casos no país.
“A anemia ocorre quando a hemoglobina no sangue está baixa, geralmente devido à falta de algum nutriente essencial no corpo. As diferentes anemias podem surgir quando não temos nutrientes suficientes como ferro e vitamina B12. Por outro lado, as leucemias são cânceres que afetam as células sanguíneas da medula óssea. Pessoas com esses quadros, na maioria das vezes, precisam recorrer aos bancos de sangue e medula óssea”, explica o médico.
De fato, essas são as principais doenças que necessitam de doação. No entanto, existem várias outras condições que podem levar à anemia, diminuição da quantidade de plaquetas no sangue ou alterações na coagulação sanguínea, que também necessitam de transfusões de hemocomponentes do sangue.
“Pacientes com plaquetas baixas em razão da quimioterapia, falência medular, entre outros motivos, podem necessitar de transfusão de plaquetas, por exemplo. Aqueles com alteração na coagulação sanguínea, associada a sangramento, podem necessitar de transfusão de plasma. Há diferentes casos, que também dependem dessa ajuda.”
Já a medula óssea, também conhecida como “tutano”, é responsável pela produção de células sanguíneas, tais como hemácias, plaquetas e leucócitos. As doações podem beneficiar não apenas pacientes diagnosticados com leucemia, mas também uma variedade de outras condições.
“Os pacientes com anemia aplástica ou síndrome mielodisplásica podem necessitar de um doador de medula óssea, pois a medula óssea desses pacientes não é mais capaz de produzir esses componentes do sangue de forma adequada”, ressalta o Dr. Gilberto.
Em muitos casos, o transplante de medula óssea é a única maneira de alcançar a cura, conforme explica o especialista. “Quando não há um doador compatível na família do paciente, é necessário buscar doadores não aparentados por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Quanto maior o número de doadores cadastrados, maiores são as chances de encontrar alguém compatível.”
Portanto, as doações – tanto de sangue como de medula – são vitais para salvar vidas e proporcionar esperança a muitas famílias, uma vez que, através delas, muitas pessoas têm a possibilidade de se recuperar de quadros graves.
“A falta de conscientização, juntamente com estigmas e medos – como o receio de contrair doenças – impedem muitas pessoas de doarem, mas precisamos mudar essa realidade. A doação é um ato seguro e solidário que não tem custo algum para o doador, mas pode ter um valor inestimável para quem recebe”, destaca o hematologista.
É importante ressaltar que, para doar sangue, é necessário ter entre 18 e 69 anos, estar em boas condições de saúde e pesar no mínimo 50 kg. Para ser um doador de medula óssea, a idade deve estar entre 18 e 35 anos, além de também ser necessário estar em bom estado de saúde. Ao se encaixar nesses perfis, basta procurar o hospital/hemocentro mais próximo que aceite doações.
Vale lembrar que pessoas com doenças infecciosas ou incapacitantes, neoplasias, gestantes ou mulheres no pós-parto devem evitar realizar doações nesse sentido.
Sobre o CEJAM
O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
No ano de 2024, a organização lança a campanha “366 Novos Dias de Cuidado, Amor e Esperança: Transformando Vidas e Construindo um Futuro Sustentável”, reforçando seu compromisso com o bem-estar social, a preservação do meio ambiente e os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no site da instituição.
Estudante de Arquitetura do CEUB desenvolveu moradias temporárias e definitivas que podem se adaptar aos diferentes climas do Brasil
Muito comum no Brasil, regiões de risco são caracterizadas por condições inadequadas de moradia e maior probabilidade a desastres ambientais. A partir da alta demanda de habitação temporária no país e grande incidência de mudanças climáticas, a estudante de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Luísa Mello (28), propõe modelos habitacionais voltados a vítimas de desastres, adequados a diferentes climas brasileiros – conciliando a rapidez construtiva com demandas nas diferentes condições.
“Além do conforto estabelecido para as diferentes zonas bioclimáticas brasileiras, a pesquisa buscou se atentar à garantia do direito à moradia adequada, sobretudo no que diz respeito à habitabilidade, acessibilidade e adequação cultural”, afirma Luísa. Para realizar o estudo, do tipo exploratório, foram analisados 77 livros científicos. “Com base nessa revisão de literatura, o que se pretendeu foi formar uma base teórica sólida para o desenvolvimento do modelo habitacional de caráter evolutivo, que se adequasse a diferentes contextos climáticos e que trouxesse a garantia de uma moradia adequada,” destaca a pesquisadora.
Após a etapa da pesquisa qualitativa, as soluções propostas consideraram adaptações aos diferentes climas com critérios de área de ventilação e estratégias de condicionamento passivo para o verão ou para o inverno. O modelo habitacional considerou três diferentes contextos bioclimáticos identificados no Brasil: clima quente e seco, clima quente e úmido e clima frio e úmido. De acordo com Luísa Mello, a intenção é que os modelos desenvolvidos sirvam como um módulo embrião no contexto do abrigo temporário, podendo ampliar-se para atender às vítimas de desastres naturais de forma permanente.
A pesquisa de iniciação científica foi orientada pela professora de Arquitetura e Urbanismo do CEUB Ludmila Correia, e usou como base as premissas do projeto “Fortalecimento da Cultura de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil – BRA 012/17”. O projeto é voltado ao desenvolvimento de um protótipo de habitação emergencial para situações pós-desastres, desenvolvido pelo Instituto Avaliação a partir de Edital da Secretaria da Defesa Civil Nacional (SEDEC/MDR), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A docente destaca o caráter inovador do projeto, a partir da necessidade de flexibilização dos modelos de casas para os diferentes climas brasileiros. “Um ponto muito positivo neste trabalho é o fato de não ser apenas um modelo de habitação temporária, especificamente. São habitações que vão ser instaladas em modo provisório, mas vão se adaptar a situações definitivas”, explica Ludmila Correia.
Detalhes da pesquisa
Uma vez que os acampamentos para desabrigados comumente se alongam por anos, o projeto partiu do pressuposto da flexibilidade do modelo habitacional, se adequando a diferentes modos de morar e permitindo ao usuário a escolha de elementos que conferem personalidade e identidade aos espaços.
Para adequar os modelos habitacionais aos grupos climáticos, a estudante de Arquitetura optou por utilizar o sistema construtivo de paredes e cobertura em Wood Frame da marca Tecverde, material certificado pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat com desempenho térmico favorável em todos os cenários estudados. A proposta inclui esquadrias com áreas de ventilação diferentes, estratégias bioclimáticas de condicionamento térmico passivo, além da orientação solar adequada dos cômodos.
Considerando a quantidade de vítimas de desastres naturais que devem ser atendidas com medidas urgentes e céleres, foi fundamental conciliar a rapidez construtiva com as variadas demandas que podem existir entre diferentes famílias. “Espero que a pesquisa possa contribuir no âmbito social dando esse subsídio para as respostas habitacionais às vítimas de desastres naturais, principalmente no que diz respeito ao conforto higrotérmico dessas habitações,” completa.
Desastres naturais no Brasil
Os desastres naturais são divididos em cinco tipos pela classificação e codificação brasileira de desastres: geológico, hidrológico, meteorológico, climatológico e biológico. De acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), com base em dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional (S2ID/MDR), ocorreram mais de 50 mil desastres naturais no Brasil entre 2013 e 2022. O estudo indica que esses desastres impactaram cerca de 340 milhões de pessoas.
De acordo com especialista do CEUB, símbolos do paganismo e santos do cristianismo se misturam em festa que remete à fecundidade do solo
Tradicionalmente conhecidas como celebração das colheitas, as festas juninas disputam com o Carnaval o posto de época mais aguardada do ano no Brasil. Com datas que remetem aos santos juninos – Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29) –, essas festividades são marcadas por muita música e dança, comidas e bebidas típicas, decoração com bandeirinhas coloridas e fogueira. Scarlett Dantas, professora de História do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica a origem das festas juninas, seus significados e símbolos na história.
Confira entrevista, na íntegra:
Qual é a origem das festas juninas e como elas chegaram ao Brasil?
SD: As “Festas Joaninas”, com essa nomenclatura, surgiram no período medieval, embora seus antecedentes remontem à Antiguidade, quando ocorriam festividades rurais e pagãs celebradas no solstício de verão, no hemisfério norte, a partir de 20 de junho. Estas festas estavam associadas aos eventos celestes e a influência destes no ciclo produtivo agrário. Nelas se manifestavam os desejos de bons tempos para as próximas plantações. Seus ritos eram oferendas para os deuses relacionados à fecundidade e fertilidade do solo (Tamuz e Isthar para os sumérios, Osíris para os egípcios, Adônis para os gregos e romanos, Astarte para os fenícios).
As celebrações permaneceram ao longo do tempo e foram se adaptando a novas realidades culturais, perpassando o Império Romano até sua fragmentação e sendo incorporadas na realidade do ocidente medieval e, assim, associadas ao nascimento de São João Batista. Elas chegaram ao que hoje entendemos como Brasil por meio da colonização portuguesa, iniciada no século XVI, e foram uma das festas mais bem recebidas pelos povos nativos que aqui habitavam.
Quais influências culturais e religiosas moldaram as festas juninas ao longo dos anos? Como as festas juninas evoluíram desde suas primeiras celebrações até os dias de hoje?
SD: No Ocidente, muitos dos rituais dos gregos e romanos foram incorporados no período medieval por via romana, e isso valeu para as Festas Juninas. Os rituais de fertilidade que honravam o deus Adônis e a celebração do solstício de verão, envolvendo o uso de fogueira, água, ervas e práticas supersticiosas, foram incorporados nas Festas Juninas medievais. Tudo isso foi produto de um processo gradual de apropriação e representação simbólica conduzida pelo discurso da igreja medieval, que assim transformou vários rituais pagãos em rituais católicos, inclusive como instrumento facilitador da cristianização. Assim, os símbolos dos festejos pagãos do solstício de verão foram atribuídos à celebração do nascimento de São João Batista.
Qual é o papel dos santos populares (Santo Antônio, São João e São Pedro) nas celebrações juninas?
SD: Os santos populares Santo Antônio, São João e São Pedro são fundamentais nas celebrações juninas por suas associações com tradições de fertilidade, casamento e previsões, ligando práticas antigas a símbolos católicos.
– Santo Antônio: Conhecido como o santo casamenteiro, é invocado por moças solteiras que realizam simpatias para encontrar um marido. As práticas incluem colocar a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo, dentro de um copo, no congelador ou enterrá-la até o pescoço. Essas ações simbolizam o pedido desesperado por um marido, e o santo só é “liberado” quando o pedido é atendido.
– São João: Associado a adivinhações sobre o futuro marido, São João é celebrado com várias superstições. As moças costumam colher pimentas de olhos vendados para prever a idade e características do futuro marido, baseando-se na maturidade das pimentas. Segundo a tradição católica, São João permanece dormindo no dia de seu aniversário e a fogueira o acorda, permitindo que ele desça dos céus para abençoar as lavouras. Há ainda o costume de se banhar ou banhar a imagem de São João Batista antes de 24 de junho, remetendo ao relato bíblico de seu batismo.
– São Pedro: Celebrado no dia 29 de junho, São Pedro é o padroeiro das viúvas e dos pescadores e é visto como responsável por fazer chover. Sua festa marca o encerramento do ciclo das festas juninas, e ele é homenageado por sua importância tanto na fundação da Igreja Católica quanto na vida cotidiana dos fiéis, especialmente os que dependem da chuva para a agricultura.
Como os elementos pagãos se misturaram com as tradições cristãs nas festas juninas?
SD: Visando ampliar o número de fiéis e a cristianização dos povos germânicos, a Igreja Católica buscou associar símbolos e figuras do paganismo às práticas e aos símbolos e santos do cristianismo. Diversos atributos das divindades pagãs foram associados a características dos santos católicos, de modo a facilitar a conversão ao cristianismo. Desse modo, as simpatias e superstições que ocorrem no mês de junho estariam relacionadas às oferendas que antigamente se faziam às divindades pagãs. A utilização da fogueira, as danças e banquetes foram mantidos, embora no discurso católico ambos sejam atribuídos ao nascimento de São João Batista.
Quais são as principais diferenças entre as festas juninas celebradas no Brasil e em outros países?
SD: A primeira delas é a da culinária típica, que se baseia em alimentos da cultura agrícola local. No Brasil, os pratos típicos se baseiam na cultura do milho, dos grãos e das raízes, enquanto em Portugal, por exemplo, é costume comer sardinhas assadas e, na Noruega, se comem salsichas grelhadas, cachorros-quentes, carnes e frutas defumadas.
No que se refere às danças e ao entretenimento, cada região adota danças folclóricas e músicas com características locais. Nesse caso, os festejos brasileiros podem ter tanto o forró, mais comum na região Nordeste, quanto o sertanejo, na região Sudeste e Centro-Oeste, além da apresentação da quadrilha. Em Alicante, na Espanha, costuma-se dançar ao redor da fogueira, queimando monumentos confeccionados em papel machê, desfiles e concursos.
Na Dinamarca, costumava-se confeccionar uma bruxa com palha e pano e colocá-la para queimar na fogueira. Na França, na Fête de Saint-Jean é ateada uma grande fogueira em homenagem a São João e se celebra uma missa em sua homenagem. Em Quebec (Canadá), contudo, a festa tem uma conotação mais patriótica e politizada, com a utilização de instrumentos de sopro, acrobatas e bonecos gigantes homenageando figuras históricas da província.
De onde vem a tradição das quadrilhas e como ela se desenvolveu ao longo do tempo?
SD: No que se refere às danças, a mais difundida no Brasil foi a quadrilha (quadrille), uma dança de baile originada na França no século XVIII e que se tornou popular entre a aristocracia brasileira do século XIX. Isso explica vários termos do francês que foram aportuguesados e que marcam os passos da dança, como o “anarriê” (en arrière, para trás), “alavantú” (en avant tour, para frente), “changê” (changer, trocar) e “balancê” (balancer, balançar o corpo). Embora seja uma dança tradicional das festas juninas brasileiras, existem concursos de quadrilhas por todo o Brasil e que ocorrem em diferentes meses do ano.
Qual é a origem dos pratos típicos das festas juninas e como eles variam de uma região para outra? Como as influências indígenas e africanas contribuíram para a formação das festas juninas no Brasil?
SD: Embora na Festa Junina se associe à fogueira ao nascimento de São João, tanto as populações nativas que habitavam o Brasil no momento da colonização, quanto os povos escravizados que vieram de diferentes partes da África, já tinham o costume de utilizar fogo em seus rituais ou de aplicar a técnica da coivara para trabalhar o solo. Contudo, é na culinária típica que vemos a grande influência das culturas indígenas e africanas.
A cultura do milho, comum entre os indígenas e muito aperfeiçoada pelos escravizados, resultaram na confecção de iguarias como a pamonha, a canjica, o milho cozido e o munguzá. O mesmo pode atribuído ao pé-de-moleque, doce produzido com amendoim torrado e rapadura, muito consumido entre árabes, que habitaram a Península Ibérica, e escravizados que vieram para o continente americano. A cultura de raízes, comum entre indígenas e africanos, resultou em pratos cozidos com mandioca, inhame e batata-doce e consumidos nas noites frias.
Qual é o impacto das festas juninas na identidade cultural brasileira?
SD: As festas tradicionais, em geral, transmitem costumes e crenças entre gerações, fortalecem laços sociais e políticos e remetem aos esforços coletivos para manutenção da comunidade. No caso da festa junina, elas celebram o trabalho dos camponeses e as relações produtivas (pensemos nas funções de plantar, colher, caçar e pescar e a divisão de tarefas), as relações de parentesco e incentivo a interações entre casais (lembremos da cerimônia de casamento, do correio elegante e da barraca do beijo). São festas populares e voltadas para a família.
Além disso, como qualquer festejo tradicional, estão relacionadas com a história do país e dos povos que habitam e deram contribuições para a cultura regional e nacional. Portanto, mesmo com variações de músicas, danças e trajes entre as regiões brasileiras, as festas juninas homenageiam um santo católico, embora permaneçam com elementos que remetem à celebração dos que trabalham com a terra, maior fonte de alimento, e mesclem culturas indígenas, africanas e europeias em um mesmo evento.