De acordo com Welton Godinho, educador físico e doutor em Fisiologia, os exercícios regulares contribuem para a prevenção e ajuda na qualidade de vida de quem já possui a doença, que afeta 1,2 milhão de brasileiros
Dados da Organização Mundial de Saúde em 2014 apontam que a população mundial passou a alcançar uma expectativa de vida maior do que em décadas anteriores devido aos novos conhecimentos terapêuticos e farmacológicos desenvolvidos. Como consequência disso, começaram a surgir as doenças características da velhice, sendo o mal de Alzheimer a mais comum, com 80% dos casos. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, 1,2 milhão de brasileiros convivem com esta doença, que geralmente surge após os 60 anos. A prevalência é de 30% ou mais em indivíduos acima dos 85 anos.
A atividade física tem sido utilizada como conduta não-farmacológica para o tratamento de diversos tipos de patologias. Pesquisas apontam uma associação inversa entre o nível de atividade física e o risco de desenvolver Alzheimer. Conforme explica Welton Godinho, professor e Doutor em Fisiologia, indivíduos que se engajam regularmente em exercícios físicos têm demonstrado um menor risco de manifestar sintomas dessa doença.
“O exercício físico também pode melhorar a função cognitiva em pessoas que já estão lidando com os primeiros estágios da doença. Desde a memória até a capacidade de tomada de decisão, os benefícios cognitivos do exercício são amplamente reconhecidos”, afirma.
De acordo com Godinho, alguns tipos de exercícios parecem ser especialmente benéficos para o cérebro, como caminhada, corrida e natação. Contudo, um estudo realizado pela Academia de Neurologia Americana, em 2012, demonstra que até pessoas que realizam menos atividades do cotidiano, como lavar louça, têm de 2 a 3 vezes mais chances de sofrerem de doença de Alzheimer se comparado com quem inclui essas tarefas no seu dia a dia.
“Ao adotarmos um estilo de vida ativo, protegemos nossas mentes contra o esquecimento. Portanto, para aqueles que desejam construir uma barreira contra o Alzheimer, minimizando as possibilidades de ser afetado por esse Mal, a resposta é simples: basta dar o primeiro passo em uma jornada de exercícios físicos regulares”, reforça o especialista.
Sobre o especialista
Formado em Educação Física (000928- G/CE), Welton Godinho é Doutor em Fisiologia pela Universidade Estadual do Ceará, com tese sobre a relação entre exercício e Alzheimer. É presidente da Câmara de Saúde do Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref5), presidente científico da Associação Nacional de Personal Trainer (ANPT) e membro efetivo da SBFIS (Sociedade Brasileira de Fisiologia), além de professor efetivo da secretaria de educação do Estado do Ceará.